O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou que o FBI e a CIA treinaram agentes da Polícia Federal no Brasil sobre bitcoin, em um curso feito nos últimos dias. Além da PF, participaram agentes de outras instituições públicas investigativas brasileiras.
Segundo a organização do evento, o curso tinha como objetivo atualizar métodos da investigação sobre moeda digital no Brasil, um tema que ganhou força principalmente no último ano.
Isso porque, além da “Operação Daemon”, que prendeu o Rei do Bitcoin, a PF deflagrou a “Operação Kyptos” contra o Faraó dos Bitcoins, ambos acusados de cometer crimes neste mercado. Com a atualização, os agentes poderão ir mais a fundo nas investigações sobre o tema.
FBI e CIA treinam Polícia Federal sobre bitcoin
Capacitações sobre criptomoedas já não são mais novidades no Brasil entre órgãos de inteligência policial, seja estadual ou federal.
Contudo, uma nova capacitação chama atenção pela cooperação entre autoridades dos Estados Unidos com as brasileiras. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, é importante investir no treinamento das forças policiais para combater crimes.
“Investimos intensamente no aperfeiçoamento técnico para que agentes de segurança estejam atualizados nas formas mais avançadas de repressão e enfrentamento ao crime. Os bandidos estão agindo cada vez mais na internet e queremos seguir no endurecimento a essa prática.”
Assim, com apoio das polícias civis do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, o treinamento capacitou 80 agentes brasileiros. Os capacitados são da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, policiais civis, militares e membros dos ministérios públicos.
Foco no combate a crimes pela deepweb
Chamada “Conferência de Investigação e Prospecção de Crimes Cibernéticos e Identificação, Avaliação e Prevenção de Atos de Violência“, um dos focos do treinamento é a investigação de crimes cometidos pela deep web.
Segundo o secretário-adjunto de Operações Integradas, Bráulio de Melo, essa nova capacitação pretende ajudar a rastrear transações criminosas em formato digital.
“As transações criminosas já são digitais e para identificar esses rastros precisamos evoluir para agir no ciberespaço e na deepweb (a chamada internet profunda). Com essa qualificação técnica e específica, colocamos à disposição o que existe de melhor para formar nossos profissionais.”
Realizada em dois estados, a capacitação durou duas semanas e a presença dos norte-americanos foi vista com bons olhos, visto que casos mais complexos já foram investigados naquele país.
Assim, esses cases foram apresentados aos brasileiros, que aprenderam a investigar crimes, rastrear e comprovar autorias, tudo com ferramentas já disponíveis no Brasil.