O fundador da Binance, Changpeng Zhao (CZ), anunciou nesta segunda-feira (31) a queima de cerca de R$ 20 milhões em três criptomoedas que ele havia ganhado.
Nos últimos dias, ele chegou a perguntar para a comunidade como fazia para queimar tokens criados na rede BSC de forma rápida.
Contudo, ele diz que avaliou algumas ferramentas que prometiam realizar a tarefa de forma fácil, até com uso da inteligência artificial, mas não encontrou uma que queimava tokens com segurança.
Assim, tudo indica que ele realizou manualmente os tokens para endereços mortos, que não possuem acesso por ninguém, removendo estes de circulação para sempre.
Fundador da Binance explica razão de queimar R$ 20 milhões em criptomoedas que ganhou: “Não enviem mais tokens para meu endereço”
Em sua explicação, sem citar os projetos que vendeu, CZ declarou que enviou algumas poucas criptomoedas de alto valor para endereços de queima.
De acordo com ele, haverá mais algumas movimentações em breve de queima de mais tokens, visto que é um processo que ele ainda prefere fazer manualmente.
Por fim, ele pediu que criadores de memecoins e outros tokens não enviem valores ao seu endereço esperando por qualquer interação, visto que ele não pretende se envolver com projetos que não conhece e nem confia.
Sent a few high-value tokens (6 or 7 figures) on my address to a burn address.
There are a few new AI solutions to automate this, but they have not been security reviewed. Will do the rest later.
Please do not send more tokens to the address expecting an interaction. https://t.co/uBInr4fboX
— CZ 🔶 BNB (@cz_binance) March 31, 2025
Após a divulgação da queima das criptomoedas, a empresa LookOnChain revelou que CZ se livrou da TUT, sendo US$ 1,95 milhões queimados, e das memecoins Broccoli-6714 e Broccoli-caab. Ou seja, cerca de R$ 20 milhões foram queimados pelo executivo.
“CZ(@cz_binance) acaba de queimar 45,59 milhões de $TUT($1,95 milhões), 10,14 milhões de $Broccoli-6714 (547 mil) e 798 milhões de $Broccoli-caab($1,1 milhões).”
Quais as consequências da ação de CZ?
A escolha pela queima, e não pela venda, revela mais do que uma simples preferência técnica.
Isso porque, trata-se de um gesto de renúncia com efeitos diretos sobre a credibilidade do próprio CZ e sobre a percepção pública do ecossistema cripto.
Em um setor ainda marcado por escândalos e desconfiança, como o colapso da FTX, que envolveu má gestão de recursos de clientes, o gesto de CZ funciona como uma declaração pública de que não usará sua influência para se beneficiar financeiramente de ativos recebidos “de graça”.
Se tivesse optado por vender os tokens, o impacto seria provavelmente negativo em vários níveis. A venda de R$ 20 milhões em ativos digitais colocaria pressão de baixa sobre os preços dessas criptomoedas, gerando volatilidade e insegurança no mercado.
Além disso, a imagem de CZ poderia ser duramente afetada. Seria fácil acusá-lo de lucrar com sua posição privilegiada no setor, alimentando a narrativa de que insiders aproveitam sua visibilidade para extrair valor de projetos menores.
Ao queimar os tokens, CZ elimina qualquer suspeita de conflito de interesse. Mais do que isso, contribui para a valorização indireta desses ativos, ao reduzir sua oferta em circulação.
Para os projetos envolvidos, a decisão pode ser interpretada como um gesto de apoio e responsabilidade, até um raro exemplo de autorregulação dentro de um mercado frequentemente acusado de excessos.
No passado, o criador do Ethereum Vitalik Buterin já revelou a venda de várias shitcoins no mercado, o que causou ira nas comunidades, como da memecoin Shiba Inu, por exemplo.