A World Foundation e a Tools of Humanity (TFH), empresas responsáveis pela criação da criptomoeda Worldcoin (WLD) tiveram negado um recurso feito ao órgão do governo brasileiro de proteção de dados, conforme divulgado na quarta-feira (6).
A apelação consistia em voltar com suas atividades de escanear a íris de brasileiros para o projeto.
Todos que passam pelo procedimento ganhavam criptomoedas em suas carteiras virtuais, que poderiam utilizar nos aplicativos da World ou mesmo trocar pelo equivalente em Real brasileiro.
“Tools for Humanity (TFH), World Foundation (“Foundation”). O CONSELHO DIRETOR DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS – ANPD, no uso de suas atribuições legais e regulamentares, nos termos do Voto nº 19/2025/DIR-AS/CD, cujas razões acolhe e integra à presente decisão, conforme autoriza o § 1º do art. 50 da Lei nº 9.784/1999, considerando a deliberação tomada no Processo nº 00261.006742/2024-53, resolve conhecer e indeferir o pedido apresentado pela TFH, por meio da petição SEI nº 0187562, e manter a medida preventiva imposta pelo Despacho Decisório nº 3 (SEI nº 0166013), ratificada pelo Despacho Decisório PR/ANPD nº 6/2025 (SEI nº 0168971) e Despacho Decisório PR/ANPD nº 18 (SEI nº 0176676), considerando a insuficiência de elementos que indiquem que os riscos identificados pela medida preventiva foram mitigados ou mesmo eliminados“, diz o despacho final do regulador no DOU.
Empresa responsável pela criptomoeda Worldcoin e que realiza leitura da íris da população de vários países não concorda com a decisão da ANPD
A reportagem do Livecoins procurou uma resposta das empresas que mantém o serviço. Um dos seus cofundadores é o executivo do ChatGPT, Sam Altman.
Em nota, eles declaram que respeitam a decisão, mas que não concordam com a medida adotada contra a empresa no Brasil.
“A World respeitosamente discorda da interpretação da ANPD e pretende buscar medidas legais adicionais para esclarecer a questão.
Programas de indicação são uma prática comum no Brasil e amplamente usados em setores aéreo, financeiro, telecomunicações e de pagamentos — inclusive por instituições públicas. Acreditamos que a implementação de um programa de indicação atende à decisão técnica preliminar da Autoridade e cumpre com os requisitos da LGPD.
A World continuará trabalhando junto à ANPD e seguirá o processo legal conforme estabelecido, enquanto permanece comprometida em expandir o acesso à tecnologia de prova de humanidade no Brasil. Essa importante tecnologia continuará disponível para os brasileiros em locais selecionados, de forma limitada.”
A proibição para a World captar dados de brasileiros começou em janeiro de 2025. Isso porque, o governo entendeu que a empresa compra os dados da população ao fornecer criptomoedas em troca da leitura da íris.
O caso segue em andamento com a empresa indicando que continuará em busca de legalizar suas operações.