Através de suas redes sociais, Mark Alexander Hopkins (42), mostra-se inconformado com a decisão da justiça americana. Também conhecido como Doctor Bitcoin, o investidor explica que ficará ausente da internet por 6 a 15 meses, alegando que está sendo preso pelo “crime de vender Bitcoin”.
“Ei, ficarei offline por tempo indeterminado. Estou indo para a prisão de Beaumont, onde o Tio Sam pagará a conta do meu quarto e alimentação pelos próximos 6 a 15 meses pelo crime de vender Bitcoin alguns anos atrás.”
Já o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) aponta que Hopkins ajudou uma terceira pessoa, retratada pelas iniciais M.H., a converter uma grande quantia de dólares em bitcoins sem verificar a origem de tal montante.
Para o azar do vendedor, este montante estava ligado a um golpe.
O DoJ também comenta que Hopkins deu dicas para M.H. manter-se longe do radar dos federais. Como exemplo, orientou o mesmo para que não realizasse transações acima de US$ 9.500.
Vendedor de Bitcoin admite culpa, mas não concorda com decisão judicial
Relatando sua história, Mark Hopkins conta que conheceu o Bitcoin em 2011 e que em certo momento começou a negociar bitcoins com outras pessoas, atuando como um P2P, sem depender de corretoras.
Entretanto, em outubro do ano passado, 15 policiais armados invadiram a sua casa com um mandado de busca e apreensão, levando cerca de US$ 60.000 em eletrônicos e submetendo ele e sua família a um interrogatório de cinco ou seis horas de duração.
Embora pensasse que a história tivesse acabado ali, Hopkins recebeu uma intimação para conversar com um procurador. O problema estava relacionado a transações realizadas em 2019, quando vendeu valores entre US$ 550.000 e US$ 1,5 milhão em bitcoin.
Conforme Hopkins utilizava uma conta bancária compartilhada com sua esposa, ela também seria indiciada, podendo cumprir até 35 anos de prisão. Com filhos, Hopkins decidiu declarar-se culpado, livrando sua mulher do problema.
Sendo assim, embora tenha admitido culpa, Hopkins não concorda com a decisão da justiça. Indo além, aponta que mais pessoas comuns estão sendo presas a cada ano por esta lei.
“Há muito mais a dizer sobre o caso, e provavelmente direi mais em algum momento, mas o que eu gostaria que meu caso destacasse são duas coisas: a invasão da guerra estatal à privacidade e o colapso geral do sistema de justiça criminal.”
There's a lot more to say about the case, and I probably will say more at some point, but what I'd like my case to highlight are two things: the encroaching state war on privacy, and the general brokenness of the criminal justice system.
— FreeRizzn.eth (🕊,🇺🇦) (@rizzn) September 4, 2022
Departamento de Justiça aponta que Hopkins ajudou criminosos
Enquanto isso, o Departamento de Justiça do EUA (DoJ), aponta que Mark Hopkins realizou 37 transações envolvendo um montante total de 550.000 a 1,5 milhão de dólares. Tal quantia estaria relacionada a um golpe aplicado por um terceiro, que buscou Hopkins para converter seus dólares em bitcoins.
“Em setembro de 2019, um cliente identificado em documentos judiciais como “M.H.” abordou o Sr. Hopkins para converter dólares americanos em BTC. O dinheiro que o Sr. Hopkins recebeu de M.H. resultou de um golpe de loteria que ele estava executando com um co-conspirador na Nigéria.”
Indo além, o DoJ também aponta que Hopkins admitiu não verificar a origem do dinheiro a ser recebido nesta e em outras ocasiões. Além disso, também nota que ele não tinha permissão para realizar tais transações financeiras no país.
Por fim, Doctor Bitcoin recebeu o apoio de diversos outros investidores em suas redes sociais. Como destaque, um deles aponta que tal lei é de 1960, com poucas alterações em seus 62 anos de existência.