Irã remove quatro zeros de sua moeda para lidar com inflação

Especialistas apontaram para o fato de que o governo está mudando a moeda sem realmente criar um plano econômico para conseguir driblar a inflação.

Estamos vivendo momentos que nos deixam cada vez mais próximos de uma crise financeira. Essa recente onda atingiu o Irã com força, que já vinha sofrendo sanções dos EUA, o país agora decidiu fazer um “resolver” um problema da sua moeda fiduciária, o Rial, cortando quatro zeros e criando a nova “Toman”.

O Parlamento Iraniano sancionou a transição da moeda na última segunda-feira, dia 4, de acordo com o New York Times. A atualização da moeda serve como forma de combater a superinflação. Esse mesmo procedimento já foi realizado mais de uma vez no Brasil, mais notoriamente quando o Cruzeiro transacionou para o Real e “perdeu” três zeros (CR$ 2.750,00 = R$ 1,00 (BRL – código ISO4217).

Da mesma forma, do Rial para o Toman vão ser cortados quatro zeros, ou seja, cada Toman vai valer 10 mil Rials. O projeto agora precisa passar pelo Conselho dos Guardiões, um órgão conservador que supervisiona o Parlamento para garantir que as leis estão de acordo com os valores islâmicos.

Após a ratificação do projeto de lei, o Banco Central terá dois anos para implementar a mudança, aos poucos removendo a moeda antiga de circulação.

Durante o período de transição, as duas moedas serão aceitas pelo mercado, para facilitar a aceitação e adaptação do público ao novo dinheiro.

Nova moeda vai facilitar transações no mercado

Quando a inflação atinge níveis históricos, o dinheiro fiduciário começa a não valer nada.

Os apoiadores do projeto estão apostando em uma facilitação das transações diárias com as moedas fiduciárias.

Com uma inflação de mais de 60% em relação ao dólar, o Rial estava se tornando problemático para os lojistas por causa dos altíssimos valores que deveriam ser calculados em transações simples.

Além disso, as pessoas precisam carregar grandes quantidades de cédulas para conseguir realizar as compras. Esse mesmo problema aconteceu na Venezuela, onde foi necessário calcular o dinheiro “por quilo”, por causa da enorme quantidade de cédulas necessárias para comprar produtos básicos.

No entanto, a oposição do governo acredita que a mudança da moeda vai apenas gerar mais gastos em um momento em que o país precisa economizar o máximo possível.

Especialistas apontaram para o fato de que o governo está mudando a moeda sem realmente criar um plano econômico para conseguir driblar a inflação. Fereydoun Khavand, um economista iraniano falou em entrevista para o The New York Times:

“Geralmente você primeiro conserta a economia e depois muda a moeda. O governo está em uma prisão financeira com nenhuma chance de ajuda vindo de fora do país ou de dentro, então eles estão tentando essa tática.”

Segundo Khavand, o Irã não tem muitas opções, já que as sanções dos EUA acabam com as chances de qualquer recuperação financeira.

Alguns especialistas acreditam que é justamente essa força do dólar para influenciar a economia de outros países farão com que a adoção das moedas digitais ganhe muita força, iniciando uma Guerra Fria Financeira.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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