Livro prevê “Guerra Fria do Dinheiro” e fim do dólar

O livro também aborda o como isso vai afetar as pessoas comuns, já que muitas vezes transações internacionais com o dólar podem ser bloqueadas e em alguns lugares transações com a moeda fiduciária local é impraticável por causa da inflação.

Muitos dos que acompanham o mercado de criptomoedas sabem que estamos para passar por um momento de transformação e de mudanças no sistema financeiro. Mas alguns acreditam que teremos um período de “Guerra Fria do Dinheiro” nos próximos anos, como é o caso de David Birch, guru das FinTechs que escreveu um livro sobre o assunto.

Birch escreveu o livro “The Currency Cold War”, que vai ser lançado no dia 28 de maio e já está em pré-venda.

No livro, Birch fala sobre o futuro do mercado financeiro, principalmente em relação à uma guerra fria que vai afetar principalmente a soberania do dólar e o poder que os EUA têm em outros países.

Em uma recente entrevista ao Coindesk, Birch explicou um pouco da sua visão sobre os próximos passos do setor financeiro, mais especificamente um cenário em que as moedas como a Libra e o Yuan Digital se tornem reais.

Ele também discutiu sobre uma briga entre as moedas públicas e as privadas no que chama de “Red vs. Blue”

Covid-19 pode ter acelerado a adoção do sistema não tradicional

A pandemia da Covid-19 tem abalado consideravelmente várias economias.

Segundo Birch, a pandemia do coronavírus pode ter acelerado essa futura guerra do dinheiro.

Como exemplo, ele citou o cheque de estímulo enviado pelo governo norte-americano para os seus cidadãos, que literalmente enviou cheques de papel para o endereço de cada um.

“O que diabos eles estão fazendo enviando cheques para as pessoas?

A ideia de que um governo possa enviar um auxílio mandando dinheiro direto para as carteiras das pessoas – não para as suas contas bancárias, mas diretamente para as carteiras -, isso é realmente interessante.

A pandemia pode ter providenciado um estímulo de uso das moedas digitais que ninguém tinha pensado antes.”

O uso de moedas digitais para momentos como esse seria realmente interessante. Até mesmo no Brasil, que criou um sistema digital para o pagamento do auxílio, teria tido muito menos atrito e atrasos com o uso de uma moeda digital.

Essa possibilidade chegou a ser explorada pelo Congresso dos EUA em uma proposta de lei. No entanto o projeto não foi considerado, até mesmo por falta de clareza e planejamento.

Porém, é interessante ver como a necessidade de um sistema mais ágil agilizou um processo que muitos bitcoiners vinham especulando há anos.

A influência dos EUA e o poder do dólar

O dólar tem sido a principal moeda do mundo e é usado para controlar diversos países.

Durante a entrevista Birch também explicou que a criação de dinheiros digitais de diferentes tipos vai impactar consideravelmente como certos países influenciam os outros, principalmente os EUA.

“Se a América diz que um país deve fazer algo que não quer, ele tem que fazer. Porque se não ele não poderá comprar produtos importados e será cortado do sistema financeiro global. Mas e se existisse algo que fosse como dinheiro, mas não fosse dominado pelos americanos?”

Birch acredita que Guerra Fria Financeira que virá com o aumento da criptoeconomia, veremos mais países, principalmente os emergentes, desafiando os EUA e ganhando soberania sobre suas próprias decisões.

Países que querem exportar e importar produtos com a China poderão, em teoria, utilizar o Yuan Digital. Se o país for sancionado pelos EUA, não terá diferença, afinal, nenhum dos países precisa utilizar o dólar ou o sistema financeiro tradicional que passa pelo Banco Central dos EUA.

O livro também aborda o como isso vai afetar as pessoas comuns, já que muitas vezes transações internacionais com o dólar podem ser bloqueadas e em alguns lugares transações com a moeda fiduciária local é impraticável por causa da inflação.

Com a facilidade do dinheiro digital, desligado da influência do dólar, diferentes níveis do setor financeiro vão poder aproveitar a soberania pessoal do seu dinheiro.

“Eu consigo entender porque muitas pessoas, particularmente na rota emergente da China, fariam essa escolha [de uma moeda digital]”

“Eu pessoalmente acredito que o dinheiro é tão importante que ele deve estar sobre controle democrático.”

Libra - Criptomoeda do Facebook
Apesar de ser digital, a Libra não é democrática.

Em outra sessão da entrevista, Birch diserta mais sobre esse futuro que tenta prever e principalmente uma guerra entre o dinheiro público e o dinheiro privado. Como exemplo ele citou a Libra e o fato de ser uma moeda “privada” e pertencente a uma empresa.

No capítulo “Red vs. Blue”, ele se aprofunda nesse assunto, sobre como o dinheiro privado pode trazer complicações para as pessoas.

Enquanto a Libra tem o potencial de ser aceita por 2.5 bilhões de pessoas (base de usuários do Facebook), o que acontece quando alguém é simplesmente tirado o sistema?

“Tipo, o que acontece quando você acorda um dia e, do nada, o Facebook não deixa você enviar o seu dinheiro para alguém? O que você vai fazer sobre isso?”

O autor esclareceu que “controle democrático” não quer dizer um governo, mas sim um controle de uma comunidade de forma geral e que possa evitar que o dinheiro seja usado para o benefício de uma entidade controladora, como é com a fiat.

Por fim, Birch também comenta que é um defensor de que as pessoas tenham “muitas moedas”, de diferentes opções. Isso é beneficente para o mercado como um todo, além de proteger mais os investidores, já que, se uma moeda quebrar, você não tem todo o seu dinheiro investido nela.

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Matheus Henrique
Matheus Henrique
Fã do Bitcoin e defensor de um futuro descentralizado. Cursou Ciência da Computação, formado em Técnico de Computação e nunca deixou de acompanhar as novas tecnologias disponíveis no mercado. Interessado no Bitcoin, na blockchain e nos avanços da descentralização e seus casos de uso.

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