Um israelense que morava no Brasil e foi alvo da Polícia Federal (PF), foi condenado a oito anos de prisão. As investigações contra Tal Prihar, 37 anos, cidadão israelense que residia no Brasil com sua esposa e quatro filhos levaram a justiça a entender que ele era um famoso operador de um site da dark web.
Com várias criptomoedas em sua posse, ele foi alvo de uma operação de cooperação internacional com o FBI para ser preso e levado aos Estados Unidos.
Desde então, o seu caso teve uma evolução em 2021 e 2022.
Israelense alvo da PF no Brasil é condenado a prisão por crime cibernético
Em maio de 2019, a PF deflagrava com o FBI uma operação internacional para apreender bens de um israelense no Brasil, que era suspeito de operar um sofisticado crime cibernético.
Ele foi preso em Paris (França), mas sua casa em um condomínio de luxo no Lago Sul, área nobre de Brasília, onde residia há um ano, foi alvo de buscas e apreensões enquanto ele era detido no aeroporto francês. No local, a PF capturou notebooks, dispositivos de criptomoedas, R$ 1 milhão em espécie entre Real e moedas estrangeiras.
Na ocasião da sua prisão, o caso repercutiu por o mandado da PF ser cumprido no mesmo imóvel em que José Dirceu, ex-membro investigado no processo de mensalão do PT, também foi preso em 2015.
No caso do israelense, segundo a justiça dos Estados Unidos (DOJ), ele confessou ser operador do site da dark web em março de 2021. Na última quarta-feira (26), ele foi condenado a cumprir uma pena de 8 anos e alguns meses.
“Um cidadão israelense foi condenado ontem a 97 meses de prisão por operar o DeepDotWeb (DDW), um site que conectava usuários da Internet a mercados da Darknet, onde compravam armas de fogo ilegais, malware e ferramentas de hackers, dados financeiros roubados, heroína, fentanil e outros materiais ilícitos.”
8.155 bitcoins apreendidos, R$ 45 milhões
O esquema de Tal Prihar era feito com outro israelense que morava em seu país natal, Michael Phan, 34 anos. Este último já foi preso em pelas autoridades locais e será em breve extraditado aos EUA para também ser julgado pelos crimes.
Para atuar na dark web, os israelenses movimentaram 8.155 bitcoins, que acabaram sendo apreendidos, com um valor de mercado hoje em R$ 45 milhões.
“Por fornecer esses links, Prihar e Phan receberam pagamentos de propina dos mercados na forma de moeda virtual, incluindo aproximadamente 8.155 bitcoins (no valor de aproximadamente US$ 8,4 milhões no momento das transações).”
O FBI em Pittsburgh investigou o caso e concluiu que eles buscavam ocultar os valores recebidos em Bitcoin em contas bancárias de empresas de fachada que controlavam.
Como o site foi encerrado pelas autoridades federais em abril de 2019, eles acabaram perdendo US$ 8,4 milhões.
As autoridades que participaram da resolução deste caso foram o Serviço de Inspeção Postal dos EUA, IRS-Investigação Criminal, Divisão Cibernética da PF Brasileira, Polícia Nacional de Israel, Polícia Nacional holandesa, Equipe Europol Darkweb, Polícia Criminal Federal da Alemanha e Agência Nacional do Crime no Reino Unido.
O Escritório de Assuntos Internacionais do Departamento de Justiça dos EUA também ajudou no caso.