JBS estuda tecnologia blockchain e se defende de acusações

Empresa teria sido vinculada a práticas contra o meio ambiente no Brasil.

Uma das principais empresas do setor de alimentação no Brasil é a JBS, que tem estado envolta em polêmicas nos últimos anos. Nessa segunda, para se defender de novas acusações, a JBS chegou a dizer até que estuda a tecnologia blockchain para melhorar as práticas da empresa.

As polêmicas envolvendo a JBS começaram há alguns anos, quando seus donos, Joesley e Wesley Batista foram pegos em casos de corrupção. Na última semana, o caso já havia ganhado notoriedade, com a Comissão de Valores Mobiliários, CVM, multando os irmãos Batista no último dia 21 de julho, em mais que R$ 400 mil, cada.

Desde 2016, a JBS tem estado envolta na polêmica de seus donos, mas a empresa tem mostrado bons resultados. Entretanto, uma nova polêmica colocaria a empresa no foco dos ambientalistas, uma vez que ela estaria realizando práticas controversas no Brasil.

Em reportagem, caminhoneiro citou que JBS transporta gados criados por desmatadores da floresta amazônica

Conhecida pela gigantesca biodiversidade, a Floresta Amazônica é vista como referência natureza do planeta terra. Isso porque, considerada a maior floresta tropical do mundo, tem presença em vários países da América do Sul.

Nos últimos anos, entretanto, vários danos foram causados a essa floresta, que foi muito desmatada. De acordo com recente reportagem do OGlobo, em junho de 2020, houve recorde no desmatamento da floresta, um grave dano ao meio ambiente.

Grandes empresas, até aquelas listadas em bolsa, têm evitado negociar com pessoas e negócios apontados como os causadores desse desmatamento desenfreado. Uma das empresas que havia se comprometido a não negociar com desmatadores, foi a JBS, gigante empresa com sede em Goiás.

Uma das maiores do setor de alimentação do Brasil, a JBS teria assumido um compromisso, há cerca de 10 anos, de não negociar com desmatadores, para ajudar na preservação da floresta amazônica. Contudo, uma recente reportagem conjunta de três veículos de imprensa, até internacional, jogou luz sobre o tema.

Isso porque, o Repórter Brasil, The Guardian e o The Bureau of Investigative Journalism encontraram vestígios de uma prática controversa. De acordo com a investigação, uma fazenda proibida de criar gados, até com embargos pelo Ibama, vendeu gados para outra, do mesmo dono.

A fazenda que comprou, que seria considerada de “ficha limpa”, então revendeu os gados para JBS. Em investigação, foi apontado que veículos da JBS teria feito o transporte dos gados da fazenda irregular para a regular. Além disso, após o transporte, a empresa adquiriu os gados, provenientes de áreas de desmatamento da floresta amazônica.

JBS se defendeu de acusações e informou que estuda uma solução com tecnologia blockchain para prevenir esses problemas

Após a matéria “JBS transporta gado de desmatador e contraria política de só ter fornecedor que preserva a Amazônia” ir a público, a JBS se manifestou. De acordo com a JBS, a empresa já estuda uma solução que aplicará a tecnologia blockchain para registrar a procedência dos gados.

Na resposta enviada ao Repórter Brasil, e publicada nessa segunda (27), a JBS afirmou que está buscando melhorar suas práticas. Isso porque, a JBS ainda não tem uma ferramenta que a possibilite rastrear fornecedores indiretos, mas já há uma solução inovadora a caminho.

Sobre a rastreabilidade de fornecedores indiretos, a JBS também investe em diferentes projetos, entre eles o estudo de uma abordagem inovadora em blockchain, além do direcionamento de um novo procedimento para as GTAs (Guias de Permissão de Trânsito Animal) que irá possibilitar à JBS e outras empresas processadoras de carne bovina solicitar e monitorar que seus fornecedores diretos comprem apenas bezerros de fazendas com status “GTA-Verde” (livre de desmatamento).

A JBS espera assim, com estudo e posterior uso da tecnologia blockchain, acabar com o processo chamado de “triangulação de gados“. Além disso, ter um maior controle de sua cadeia de suprimentos passaria mais confiança aos consumidores finais, que não gostariam de saber que ajudar no desmatamento da floresta amazônica ao consumir produtos da marca.

A tecnologia blockchain se tornou popular com o Bitcoin, maior moeda digital do mundo. Suas principais características são transparência dos registros realizados e imutabilidade, que poderiam ajudar de fato no problema vivido pela JBS hoje.

Por fim, o episódio não chegou a abalar as ações da JBS listadas em bolsa, apesar da JBSS3 hoje registrar queda de 0,27% no momento da escrita dessa. Cada ação da JBS é cotada em R$ 22 hoje, registrando queda de 14% no ano de 2020.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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