Mesas de OTC estão começando a ficar sem bitcoins para vender

De acordo com dados da Glassnode, as mesas de balcão estão quase sem bitcoin, com analistas citando que a demanda da BlackRock e Fidelity está de uma forma que o mercado nunca viu antes.

A recente onda de interesse pelos ETFs de Bitcoin no mercado financeiro começou a gerar escassez na disponibilidade de bitcoins nos mercados de balcão (OTC).

O assunto viralizou no Twitter neste final de semana quando Caitlin Long, CEO da Custodia Bank, reportou que durante sua visita à Nova York, descobriu que os principais balcões de OTC estavam sem bitcoin para vender.

“Passei um tempo em Nova York nos últimos dias e está claro por que o preço do bitcoin disparou esta semana: quase não havia bitcoin disponível para venda nas grandes mesas de balcão.” — disse ela.

O fenômeno coincide com a recente alta no preço do Bitcoin, que chegou a marca de US$ 64.000 por unidade na semana passada, registrando o maior ganho mensal da história do Bitcoin, impulsionada por investimentos nos ETFs lançados recentemente.

Mesas de OTC estão ficando sem Bitcoin

As mesas de OTC (Over-The-Counter) são plataformas que facilitam a negociação de grandes quantidades de bitcoin diretamente entre duas partes, sem a necessidade de uma corretora.

As plataformas de OTC geralmente são usadas por mineradores (venda) e por investidores institucionais (compra), empresas e indivíduos com alto patrimônio que desejam realizar grandes transações com mais rapidez e sem influenciar o preço do mercado de forma abrupta.

Ao operar fora das corretoras tradicionais, as mesas de OTC proporcionam uma forma mais discreta de realizar transações volumosas, oferecendo simultaneamente preços fixos ou mais estáveis, evitando as flutuações de preço que podem ocorrer devido a grandes ordens de compra ou venda no mercado aberto.

No entanto, a demanda esmagadora pelos ETFs, que atraíram mais de US$ 10 bilhões em capital, resultou na escassez da oferta de bitcoin nos mercados OTC nos Estados Unidos, forçando as gestoras desses fundos a buscar novas aquisições no mercado aberto, fazendo o preço do Bitcoin disparar.

De acordo com dados da Glassnode, as mesas de balcão estão quase sem bitcoin, com analistas citando que a demanda da BlackRock e Fidelity está de uma forma que o mercado nunca viu antes.

De acordo com dados da empresa, os bitcoins mantidos em mesas de OTC estão em seu nível mais baixo dos últimos cinco anos. Embora a Glassnode rastreie apenas uma parte do mercado OTC, os dados apontam para uma tendência clara de diminuição da disponibilidade de bitcoin.

 

Bitcoin pode chegar a US$ 150 mil até o fim do ano

Os analistas também apontam para uma disponibilidade crítica em um determinado momento, refletindo a tensão entre oferta e demanda. Embora haja ceticismo sobre a precisão dos dados de oferta de Bitcoin em mesas de OTC, o impacto direto dos ETFs na dinâmica de preço da criptomoeda é inegável.

A absorção de mais de US$ 500 milhões pelos ETFs em apenas três dias no final de fevereiro demonstra a influência direta desses veículos no mercado.

A informação também foi confirmada por Adam Back, um dos primeiros desenvolvedores do Bitcoin, que apontou para uma confluência de fatores que estão mudando a dinâmica do mercado, principalmente a liquidação dos ursos e das posições vendidas alavancadas, que foram forçadas a abandonar as suas posições devido à subida dos preços.

Ele disse que as mesas de negociação de balcão (OTC) estão com poucas moedas em meio a paredes de compra diárias de 10.000 bitcoins de fundos negociados em bolsa (ETFs), indicando uma intensa pressão de compra que pode levar o bitcoin a novos recordes de preço.

Back também citou uma mudança no comportamento dos investidores, com os investidores de varejo inicialmente esperando por uma queda nos preços e agora entrando no mercado devido ao medo de perder ganhos.

Essa dinâmica, segundo o CEO da Blockstream, pode levar o Bitcoin a mais de 150 mil dólares até o fim do ano.

 

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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