Microsoft anuncia novo chip quântico que pode “matar” o Bitcoin

Em live realizada em novembro do ano passado, antes mesmo da Microsoft anunciar o Majorana 1, o brasileiro Narcélio Filho falou sobre a chegada dessa nova tecnologia, apontando que essa área já está avançando exponencialmente.

A Microsoft apresentou o ‘Majorana 1’ nesta quarta-feira (19). Segundo a empresa, esse é o primeiro chip quântico do mundo usando a arquitetura de núcleo topológico, o que pode fazer com que a chegada dos computadores quânticos aconteça em anos, não em décadas.

Nas redes sociais, Satya Nadella, CEO da Microsoft, explicou que os topo condutores são “um estado inteiramente novo da matéria”.

“Acreditamos que essa inovação nos permitirá criar um computador quântico verdadeiramente significativo não em décadas, como muitos previram, mas em anos.”

“Os qubits criados com topo condutores são mais rápidos, mais confiáveis e menores”, continuou Nadella. “Eles medem 1/100 de milímetro, o que nos dá um caminho claro para um processador com um milhão de qubits.”

Majorana 1, chip quântico da Microsoft com arquitetura de núcleo topológico que promete acelerar a chegada dos computadores quânticos. Fonte: Microsoft/Reprodução.
Majorana 1, chip quântico da Microsoft com arquitetura de núcleo topológico que promete acelerar a chegada dos computadores quânticos. Fonte: Microsoft/Reprodução.

Finalizando, o executivo afirma que um chip que cabe na palma da mão conseguirá resolver os problemas que hoje nem mesmo todos os computadores do mundo juntos conseguiriam solucionar.

Além do texto publicado no site da Microsoft, a apresentação do Majonara pode ser assistida em vídeo no YouTube.

Desenvolvedores do Bitcoin correm para apresentar soluções

Embora os computadores quânticos sejam uma evolução, principalmente se pensarmos em seus usos ligados a outras tecnologias, como de IA, sua chegada também é preocupante para outros campos.

Como exemplo está a segurança de governos, bancos, sistemas de comunicação, e até mesmo do Bitcoin.

Para mitigar esse problema, desenvolvedores já apresentaram soluções para criar endereços resistentes a esses ataques. Uma delas é o BIP-360, criado por Hunter Beast, que apresenta os endereços “Pay to Quantum Resistant Hash (P2QRH)”.

Isso inclui a mudança das atuais assinaturas ECDSA e Schnorr, que possuem 70–72 e 64 bytes, respectivamente, para assinaturas FALCON, com 1.280 bytes, o que também causaria outros problemas já que o tamanho dos blocos de Bitcoin é limitado.

Outro modelo apresentado no início deste mês, criador por Agustin Cruz, apresenta o Quantum-Resistant Address Migration Protocol (QRAMP). Uma das curiosidades é que os usuários teriam um tempo específico para mover suas moedas de endereços antigos para os novos, protegidos da computação quântica.

“Prazo de Migração: Uma altura de bloco ou timestamp específico após o qual qualquer transação que tente gastar fundos de um endereço legacy é rejeitada pelos nós que executam o software atualizado”, aponta o BIP.

Por um lado, isso protegeria a economia do Bitcoin. Afinal, especialistas acreditam que os computadores quânticos trarão bitcoins perdidos de volta ao mercado. No entanto, isso também pode ser visto como uma forma de confisco, caso alguém esqueça de mover seus fundos para endereços seguros nessa janela de tempo.

Especialista brasileiro fala sobre a chegada do Majorana da Microsoft

Em live realizada em novembro, antes mesmo da Microsoft anunciar o Majorana 1, o brasileiro Narcélio Filho falou sobre a chegada dessa nova tecnologia, apontando que essa área já está avançando exponencialmente.

“A criptografia do Bitcoin ECDSA usa 256 bits, os militares poloneses conseguiram usar esse computador quantum annealing para quebrar uma chave de 4 bits, então está longe dos 256, mas como é que tá o avanço? Ele está exponencial? Vai chegar daqui a 10 anos? 100 anos? 200? A gente tem que acompanhar.”

Em relação aos riscos para o Bitcoin, Narcélio nota que a mineração não seria o primeiro problema da fila, mas sim os primeiros bitcoins minerados, que eram depositados em uma chave pública, não em um endereço.

“Todos bitcoins que foram minerados em 2009 e 2010 e não foram movidos, por exemplo, os 1 milhão de BTC do Satoshi, eles já estão em chaves públicas que estão expostas. Para um computador quântico fazer o ataque, você só precisa da chave pública. Você dá a chave pública para o computador e ele te dá a chave privada.”

Somadas a outras moedas do tipo, Narcélio estima que 3 a 4 milhões de bitcoins estejam expostos a esse ataque.

Em relação a endereços mais novos e seguros, ele explica que esse ataque seria feito no momento em que a transação é propagada a rede, expondo a chave pública, e que computadores quânticos poderiam encontrar a chave privada em 1 segundo, roubando os fundos.

Ou seja, todos estão expostos ao problema.

O vídeo completo da conversa entre Bernardo Braga e Narcélio pode ser assistido abaixo.

Comunidade faz pressão por aprovação de BIP após anúncio de chip quântico da Microsoft

Por conta desses pontos levantados pelo brasileiro, a comunidade mundial está pressionando pela aprovação imediata de algum BIP que solucione os ataques quânticos. Afinal, conforme todos os endereços precisarão fazer essa transição em algum momento, seria melhor fazer com calma, evitando engarrafar a rede.

Nas redes sociais, Hunter Beast, autor do BIP-360, comentou sobre a chegada do chip quântico da Microsoft e da promessa de que computadores quânticos de milhões de qubits surjam em anos, e não décadas.

“Ainda haverá bitcoiners em negação mesmo depois de um soft fork do #BIP360 e de seus fundos serem tomados por um computador quântico. Para todos os outros que reconhecem que isso é uma preocupação legítima e não apenas FUD, haverá opções resistentes a computação quântica para HODLar seu stack durante a tempestade quântica.”

Seguindo, Beast concorda que isso seja uma tecnologia hipotética, mas aponta que “o momento de começar a se preparar é agora” e que “é assim que conseguimos um BIP bem elaborado e um ecossistema de software pronto quando isso se tornar mais urgente”.

“O erro é não fazer nada”, comentou outro, citando dois cenários, um onde “os computadores quânticos são criados e então o Bitcoin está simplesmente ferrado” e outro onde “temos um novo tipo de endereço voluntário e os computadores quânticos acabam sendo um fracasso e nada acontece”.

Comunidade discute sobre futuro do Bitcoin com ameaça da computação quântica. Fonte: X.
Comunidade discute sobre futuro do Bitcoin com ameaça da computação quântica. Fonte: X.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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