Mineradores de Bitcoin começam a abandonar o Cazaquistão

Falta de energia está levando muitos a migrarem.

Uma das maiores forças de mineradores de Bitcoin está no Cazaquistão, mas isso pode mudar com uma migração, visto que muitos optaram por deixar a região após problemas.

A mineração de Bitcoin é uma atividade essencial da rede, visto que ela tem um caráter descentralizado e depende da força computacional para funcionar. Até 2021, segundo um levantamento recente feito pelo Statista, a China era a principal força de mineração mundial.

Mas o país baniu a atividade e desde julho de 2021 não se tem mais relatos de operações funcionando na China, o que levou muitas empresas a procurarem um novo local de abrigo. Muitas delas viram um promissor cenário nos Estados Unidos, que passou então a ser a principal força mundial do setor.

Atrás dos EUA estava o Cazaquistão, país entre à China e Rússia que também dispunha de energia para isso. Muitos mineradores foram para o local que chegou a deter quase 20% da mineração mundial, mas problemas começaram quando o governo local enfrentou pressão pelo aumento da inflação.

Para conter protestos, o Cazaquistão recebeu ajuda do governo russo e desligou a energia. Muitos mineradores ficaram com suas instalações sem poder funcionar, sendo que os custos de mudança também eram altos, deixando eles presos no país.

Contudo, a situação piora, com o governo local aumentando o custo de energia em 5 vezes para mineradores, que não se veem em outra posição ao não ser mudar.

Mineradores de Bitcoin do Cazaquistão estão deixando região, alguns arriscam falir

Os problemas atuais da mineração de Bitcoin no Cazaquistão não são apenas em relação ao aumento do custo de energia pelo governo local.

Isso porque, segundo o Forklog, os bloqueios feitos na internet local também afetam duramente a conexão dos mineradores, fato que também prejudica a continuação de suas atividades.

Com alta na energia e sem internet, muitos ainda reclamam do problema da mineração ilegal feita por algumas empresas e pessoas, o que acaba marginalizando o setor no país e chamando a atenção das autoridades.

Em conversa com a reportagem que cobriu o assunto, representantes da empresa BTC KZ consideram se mudar para os Estados Unidos, Noruega, Rússia ou Argentina, que consideram pró-Bitcoin atualmente. Essa empresa apontou que está a beira da falência com os problemas no Cazaquistão, acirrados por protestos contra o governo.

Em fevereiro, o presidente chegou a considerar um aumento de 10 vezes no valor da energia para mineradores, o que tira totalmente a lucratividade do negócio. Muitos então podem se mudar para outras regiões em breve, podendo haver uma nova migração de mineradores, algo que a comunidade acompanha atentamente.

Brasil poderá receber empresas?

Na última semana, um senador brasileiro relator de um projeto de regulamentar as criptomoedas no país chegou a considerar que o Brasil poderia se tornar a Meca da mineração mundial.

Mas para isso, é preciso que os mineradores cheguem ao país após a regulamentação, se identifiquem para obter alvará de funcionamento e invistam em energia renovável para suas instalações.

Ou seja, não está claro se o cenário é realmente atrativo, principalmente para empresas a beira da falência e que precisam correr contra o tempo para continuar suas operações.

De qualquer forma, países da Ásia vivem um momento de tensão entre a guerra da Rússia com Ucrânia, o que talvez prejudique uma eventual migração naquela região.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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