“Não existe criptomoeda segura”, diz autoridade europeia

A ESMA afirmou que os riscos sistêmicos ainda são limitados, já que as criptomoedas representam apenas 1% dos ativos financeiros globais e o envolvimento de bancos europeus permanece marginal.

“Não existe nenhuma criptomoeda segura e o mercado financeiro tradicional pode ser abalado por crises no setor.” A declaração foi feita por Natasha Cazenave, diretora executiva da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA), durante audiência no Parlamento Europeu na segunda-feira (8).

De acordo com Cazenave, o crescimento explosivo das criptomoedas em 2024, que dobrou o tamanho do mercado, reacendeu preocupações com a estabilidade financeira.

O Bitcoin, que domina mais da metade do valor total de mercado, chegou a US$ 100 mil em dezembro, em meio a expectativas de mudança na política americana antes das eleições.

No entanto, no início de 2025, os ativos digitais já haviam recuado mais de 20%, impulsionados por um ambiente macroeconômico desfavorável e o maior hack da história do setor, que atingiu a corretora Bybit e resultou no roubo de US$ 1,4 bilhão.

Apesar do crescimento, a ESMA afirmou que os riscos sistêmicos ainda são limitados, já que as criptomoedas representam apenas 1% dos ativos financeiros globais e o envolvimento de bancos europeus permanece marginal.

A autoridade europeia alertou, no entanto, para a crescente integração entre o setor cripto e o sistema financeiro tradicional, especialmente por meio de fundos, derivativos e produtos negociados em bolsa (ETPs).

Só os ETPs de Bitcoin, aprovados nos EUA em janeiro de 2024, já movimentaram o equivalente a 34 bilhões em aportes líquidos, e fundos de pensão nos EUA começaram a se expor à moeda digital.

Stablecoins

Outro ponto de preocupação são as stablecoins. Embora ainda pequenas — cerca de 210 bilhões em valor de mercado —, essas moedas digitais lastreadas em ativos tradicionais poderiam gerar instabilidade em caso de grandes resgates simultâneos.

Para evitar esse risco, a ESMA exigiu, em janeiro, que prestadores de serviços interrompessem negociações com stablecoins que não estivessem em conformidade com a MiCA.

A medida levou exchanges como Binance, Crypto.com, Coinbase e Kraken a removerem tokens como USDT e DAI de suas plataformas na Europa.

Natasha Cazenave disse que o regulamento MiCA é um marco, mas pode precisar de ajustes futuros, dada a velocidade com que o mercado cripto evolui.

Ela ainda afirmou que diante do atual cenário geopolítico e da tensão nos mercados financeiros tradicionais, qualquer abalo — mesmo vindo de mercados considerados pequenos — pode se tornar um catalisador de crises maiores.

Cazenave finalizou lembrando que choques vindos de mercados aparentemente pequenos, como o de criptomoedas, podem ter efeitos amplificados em tempos de tensão. “A supervisão atenta e a preparação para crises são mais necessárias do que nunca”, concluiu.

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