O Paquistão, país asiático com 247 milhões de pessoas, está planejando legalizar as criptomoedas a fim de se tornar uma referência da indústria na região e atrair capital estrangeiro.
Além da criação do Conselho de Criptomoedas do Paquistão para lidar com questões regulatórias, o país também planeja usar sua energia elétrica excedente para minerar Bitcoin.
O movimento, inspirado pela política pró-criptomoedas dos EUA, é mais um exemplo de como o Bitcoin está atingindo seu último nível, sendo adotado por nações.
Paquistão cria Conselho de Criptomoedas e fala em seguir passo dos EUA
Liderado por Bilal bin Saqib, conselheiro do ministro das finanças Muhammad Aurangzeb, o Conselho de Criptomoedas do Paquistão está mudando a forma como o país olha para as criptomoedas.
Em conversa com a Bloomberg, publicada na quinta-feira (20), Saqib elogiou a política de Donald Trump. Além de citar que o presidente americano está fazendo história ao criar equipes dedicadas a impulsionar essa tecnologia, também dá destaque a criação da reserva de Bitcoin nos EUA.
“Temos que entender o que isso significa”, disse Saqib. “Isso significa que a maior economia do mundo está tratando isso como um ativo nacional valioso, semelhante a como acumula ouro ou petróleo para segurança e força econômica.”
“É por isso que acho que os EUA definem o tom para o mundo. Trump está tornando as criptomoedas uma prioridade nacional, e todos os países, incluindo o Paquistão, terão que seguir o exemplo ou correrão o risco de ficar para trás.”
Spoke to Bloomberg this morning 👇🏻
Our message is clear – Pakistan is done sitting on the sidelines! We want Pakistan as the leader in blockchain-powered finance. Pakistan is a low-cost high-growth market with 60% of the population under 30. We have a web3 native workforce ready… pic.twitter.com/VwhGGh7QWg
— Bilal bin Saqib MBE (@Bilalbinsaqib) March 20, 2025
Também nesta semana, a Rússia falou em criar uma reserva de Bitcoin usando criptomoedas apreendidas em processos criminais.
Seguindo, o conselheiro aponta que 60% da população paquistanesa tem menos de 30 anos, motivo pelo qual seu país tem interesse no setor cripto.
Dentre os planos está uma maior clareza regulatória sobre as criptomoedas, crescimento da adoção institucional, incluindo de bancos, e a atração de investimentos estrangeiros.
“O Paquistão não está descobrindo as criptomoedas hoje. Somos um dos países com a maior adoção do mundo”, destacou Saqib. “Em 2023, ocupamos o terceiro lugar em adoção global de criptomoedas. Cerca de 15 a 20 milhões de paquistaneses possuem criptomoedas atualmente.”
“O país movimenta bilhões de dólares em transações de criptomoedas. Então, é claro que queremos legalizar isso.”
Comparando seu país com Singapura e os Emirados Árabes Unidos, Saqib aponta que o custo para operar um negócio no Paquistão é muito mais barato. Finalizando, diz estar olhando para os modelos da Turquia, Singapura, EAU e Hong Kong como inspiração.
Paquistão planeja usar energia excedente para minerar Bitcoin
Além de empresas focadas no desenvolvimento e negociação de criptomoedas, o Paquistão também está planejando atrair mineradoras para o país.
Segundo informações do Dawn, principal jornal paquistanês, o governo deseja vender seus excedentes de energia para mineradores por um preço muito mais baixo.
A proposta foi apresentada nesta sexta-feira (22) quando Bilal Bin Saqib se reuniu com Awais Leghari, ministro da Energia.
Muhammad Aurangzeb, ministro das Finanças, apontou que “esse é o começo de um novo capítulo digital para nossa economia”.
“Estamos comprometidos em construir um ecossistema financeiro transparente e preparado para o futuro, que atraia investimentos, capacite nossos jovens e coloque o Paquistão no mapa global como líder em tecnologias emergentes.”
Além da geração de empregos e receita, a chegada de mineradores pode atrair investimentos na geração e distribuição de energia devido à maior demanda. Portanto, mesmo que a mineração desacelere, isso seria aproveitado pela população no futuro.
Somado a isso, a postura de Saqib mostra um pensamento alinhado ao desenvolvimento, fazendo o Paquistão aproveitar oportunidades até então despercebidas.
