Operação Quimera quer acabar com estelionato de falsos advogados (Foto/PCDF)
A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), ligado ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DECOR) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou na sexta-feira (15) a Operação Quimera, que determinou o bloqueio de criptomoedas e ativos financeiros de falsos advogados em R$ 507 mil.
Em casos assim, é comum o pedido de bloqueio de criptomoedas em corretoras de bitcoin nacionais. Além disso, a justiça apresentou recentemente o sistema CriptoJud, que deverá acelerar o processo de bloqueio.
A operação visa sufocar uma organização criminosa especializada em roubar vítimas se apresentando como verdadeiros advogados que os representam em processos.
O modo de operação criminoso investigado pela polícia indica que os criminosos conseguem acesso a processos que estão em tramitação na justiça brasileira. Após isso, eles roubam informações das partes de processos, logomarcas dos advogados e outras credenciais.
Assim, entram em contato com a parte representada pelos advogados utilizando informações do processo e imagens do escritório que os representam. Afirmando que estão prestes a acelerar o ganho de causa das vítimas na justiça, eles pedem dinheiro.
“A operação contou com apoio operacional da Polícia Civil de São Paulo (PCSP) e da Divisão de Operações Especiais (DOE) da PCDF. Para asfixiar economicamente o grupo criminoso, foram autorizados bloqueios judiciais de contas, ativos financeiros e de criptomoedas no valor de R$ 507.684,36 (quinhentos e sete mil reais seiscentos e oitenta e quatro reais e trinta e seis centavos)“, disse a PCDF em nota.
Com apoio da Polícia Civil de São Paulo, oito mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão (MBAs) foram cumpridos nas cidades de São Paulo, São Sebastião e Mongaguá, todas no estado de São Paulo.
A prática de estelionato levou mais de R$ 500 mil de uma vítima de 65 anos, que mora no Distrito Federal. Este caso deixou vários vestígios cibernéticos que permitiram a DRCC aprofundar nas investigações contra os criminosos.
O grupo também deixou vestígios financeiros que entraram na mira das autoridades. Assim, os investigados agora responderão pelos crimes de estelionato qualificado por meio eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas podem chegar até 23 anos de reclusão.
Uma equipe da polícia civil do Distrito Federal foi a São Paulo para acompanhar as operações e totalizou uma ação com 50 agentes dos dois territórios, para cumprirem as ordens judiciais.
Em nota, a PCDF alerta que cresceu este número de golpes em todo o Brasil, e as investigações continuam para identificar novas vítimas.
“Ressalte-se este tipo de golpe, que vem sendo intensamente aplicado por todo o território nacional, gera não apenas prejuízos financeiros às vítimas, mas também erosão da credibilidade do sistema de justiça e da advocacia. As investigações prosseguem para identificar outras vítimas e verificar se há ainda outros envolvidos no grupo criminoso“, declarou a PCDF.
Nos EUA, os falsos advogados também entraram na mira das autoridades, após criarem falsos perfis em redes sociais e cobrarem taxas de vítimas para supostamente entrarem com processos na justiça. Em ambos os casos fica claro que, ao contratar um serviço, clientes devem se certificar de credenciais corretas dos profissionais.
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