O Pentágono, por meio de uma unidade especial, divulgou um estudo contendo várias vulnerabilidades do Bitcoin, assim como da rede Ethereum. O material foi produzido pela empresa Trail of Bits, fundada em 2012 para buscar ajudar empresas famosas a resolver problemas de segurança cibernética.
A unidade especial em questão é a DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency), responsável por realizar pesquisas avançadas de defesa militar nos Estados Unidos.
Vale lembrar que o Bitcoin é uma tecnologia nova de moeda digital que não tem ligações com governos e nem empresas. E é justamente esse fundamento libertário que causa temores em reguladores, visto que eles não conseguem controlar a tecnologia.
Pentágono divulga estudo com supostas vulnerabilidades do Bitcoin e Ethereum
A DARPA contratou um estudo para entender até que ponto as blockchains públicas são realmente descentralizadas e seguras, sendo essas seus pontos fundamentais. A empresa que realizou o levantamento então foi a Trail of Bits, focando seu estudo no Bitcoin e Ethereum.
Segundo a empresa de segurança, um dos desafios das blockchains é a confiança nos programadores, que podem induzir bugs nos códigos e em contratos inteligentes. Além disso, as pessoas devem confiar de que as blockchains são realmente imutáveis.
A Trail ainda declarou que o número de entidades que podem causar problemas na rede Bitcoin são poucas, ou seja, essa rede corre grande perigo. No caso do Ethereum, o risco é ainda maior, assim como das redes que utilizam mineração PoS.
“O número de entidades suficientes para interromper uma blockchain é relativamente baixo: quatro para Bitcoin, duas para Ethereum e menos de uma dúzia para a maioria das redes PoS. A grande maioria dos nodes Bitcoin parece não participar da mineração e os operadores de nodes não enfrentam penalidade explícita por desonestidade.”
O estudo ainda revela que atualmente os nodes não são bons e penalizações por suas desonestidades não são vistas na rede. Dessa forma, sua função é baixa para que a rede seja saudável no cenário atual, com 21% desses servidores ainda rodando versões antigas do Bitcoin Core.
No caso do Ethereum, o estudo divulgado pelo Pentágono declarou que os contratos são muito reutilizados, sendo que 90% dos smart contracts tem relação com outros já criados anteriormente, o que poderia representar uma alta probabilidade de problemas e bugs.
Imutabilidade da rede pode ser quebrada, não pela criptografia
O estudo contratado pelo Pentágono ainda mostra que o Bitcoin pode ter vulnerabilidades na imutabilidade de sua rede, não pela sua criptografia, que foi considerada segura, mas sim pelas implementações, redes e protocolos que o cercam.
Pelo Twitter, a DARPA divulgou o estudo afirmando que as vulnerabilidades encontradas podem causar grandes impactos neste setor, ainda que essa informação seja de responsabilidade pelos autores do estudo.
Are #blockchains actually decentralized? Analysis we commissioned from @trailofbits uncovers unintended centralities and provides important insights on the potential impacts of security vulnerabilities within this technology. Access the full report here: https://t.co/V36rSOmvJc pic.twitter.com/WCbv7m9WQy
— DARPA (@DARPA) June 21, 2022
Com décadas de experiência em tecnologia, a DARPA é reconhecida como o “cérebro do Pentágono”, cuja missão é manter protegidos os interesses dos EUA no setor militar.