Deputada agradeceu apoio popular que pressionou Bacen a recuar sobre Drex (Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados)
A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) fez um contundente pronunciamento no Plenário da Câmara dos Deputados na quarta-feira (27), ao criticar a criação do Drex pelo Banco Central do Brasil (BCB).
Inicialmente lançada como uma moeda digital de banco central, ou seja, uma CBDC, a tecnologia que vem sendo desenvolvida “pivotou” totalmente no último ano.
Isso porque, fontes recentes do BCB alegaram publicamente que o Drex não é uma CBDC como havia sido anunciado. Além disso, o presidente Gabriel Galípolo declarou em um evento recente que a nova moeda não utilizará nem mesmo a tecnologia blockchain, famosa pelo seu uso de segurança de dados e transações em moedas digitais como bitcoin.
Ou seja, a gestão de Galípolo tem mostrado alguns recuos públicos com o projeto, o que para Zanatta se configura uma vitória parcial da população contrária ao projeto.
Como uma das parlamentares mais ativas no Congresso Nacional em defesa da liberdade privada e econômica no Brasil, Julia Zanatta utilizou seu tempo na tribuna para conversar com a população sobre o Drex. Pelo X, ela também compartilhou sua fala completa sobre o tema.
Mas apuração da reportagem indica que a parlamentar aprofundou suas preocupações sobre o Drex, visto que tramita um projeto de lei que pretende acabar com o dinheiro em espécie no Brasil. Zanatta lembrou que ela protocolou um projeto que proíbe o fim do dinheiro físico no país, uma garantia a liberdade financeira da população.
Além disso, ela lembrou que o banco central ainda não realizou um anúncio formal do projeto, embora rumores indiquem o lançamento em 2026. De qualquer forma, a deputada disse que o Drex não vai ser nada, principalmente ao remover a blockchain de sua tecnologia.
“Eu venho aqui anunciar um recuo do Banco Central sobre a questão do lançamento do DREX, que é uma moeda digital centralizada pelo Banco Central, que eu venho batendo há muito tempo. Porque o Drex, essa moeda digital, essa CBDC que seria centralizada pelo Banco Central iria rastrear todos os nossos passos. Então isso é muito perigoso. Mas o qual foi o recuo do Banco Central? Começaram dizendo que ia ser uma CBDC. Agora, quando entrou o Galípolo, disse que não ia mais ser uma CBDC, que é uma moeda digital centralizada pelo Banco Central. Agora, por último, anunciaram em um evento que não vai mais ser blockchain também. Então, o que que o Drex vai ser? Não vai ser nada“, indicou a parlamentar.
A deputada entende que o recuo mostra força popular contrária ao novo projeto de dinheiro digital.
Contudo, ela entende que o momento de cautela com a solução ainda deve manter a população vigilante, visto que o Estado ganha uma ferramenta de vigilância forte com a nova moeda digital.
“Agora, essa é a boa notícia, que houve um recuo no discurso, mas é óbvio que as coisas ruins elas não são implantadas da noite pro dia. Então, se o Drex realmente for começar o ano que vem, eles vão comendo pelas beiradas, vão implantando, dizendo que agora não vai ser CBDC, que agora não vai ter blockchain, mas precisamos ficar vigilantes. Mas eu quero aqui comemorar essa vitória de recuo do discurso do Banco Central que nega que é CBDC e nega que vai ter blockchain na questão do Drex. Drex, meus amigos, prestem atenção, é o estado nos vigiando ainda mais. Então nãoaodrex.com, a nossa petição. Essa vitória também é de vocês que estiveram conosco nessa luta. Muito obrigada“, finalizou a parlamentar.
Vale o destaque que o BCB tem estudo várias implementações, inclusive com tokenização de ativos do Tesouro Direto. Ainda não está claro, no entanto, como será a versão final do Drex.
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