Real digital poderá se concentrar em bancos brasileiros

Moeda brasileira deverá ganhar uma versão digital para concorrer com o Bitcoin, mas bancos ainda deverão ter forte presença no dinheiro nacional.

Os bancos centrais do mundo já correm para lançar suas próprias versões de moeda digital, realidade também vivida no Brasil. De acordo com um especialista, a versão do Real digital poderá se concentrar muito nos bancos brasileiros.

Isso porque, essas instituições ainda detêm grande força no sistema financeiro nacional. Ou seja, mesmo que uma versão digital do dinheiro brasileiro surja, os bancos deverão manter o poder de intermediação.

Vale o destaque que o Brasil é um país com muitas pessoas ainda sem acesso aos bancos. Dessa forma, não está claro se o Real Digital trará tantas vantagens assim para a população, que já começa a se identificar mais com o Bitcoin como moeda alternativa.

Real digital deverá chegar no próximo ano, mas bancos continuarão fortes, acredita sociólogo

O Real é uma moeda emitida pelo Banco Central do Brasil, criada em 1994 após décadas de caos na divisa nacional. De fato, essa foi a primeira moeda que conseguiu controlar a hiperinflação no país, mas mudanças estão por vir.

Em 2020 e 2021, o real chegou a ser a pior moeda do mundo em várias ocasiões, com extrema desvalorização cambial em relação ao dólar. Além disso, a inflação no Brasil superou a meta do banco central no último ano, mostrando que a moeda nacional não atravessa um de seus melhores momentos.

Como soluções para facilitar os meios de pagamentos, o Bacen criou o PIX, em novembro de 2020, e já planeja digitalizar o Real. Para o Doutor em Sociologia Edemilson Paraná, em conversa com o Diário do Nordeste, as inovações são maneiras que os BCs do mundo encontraram para se anteciparem às mudanças em vigor.

Hoje, é esperado que seja possível enviar dinheiro de qualquer lugar do mundo, com velocidade e confiança. Criptomoedas como o Bitcoin, por exemplo, já permitem isso há 12 anos.

Contudo, os bancos centrais demoraram a despertar e agora correm contra o tempo para tentar lançar suas versões. Edemilson acredita que o Real digital ainda continuará concentrado nos grandes bancos do Brasil, que não devem permitir facilmente a descentralização da moeda nacional como é feita em criptomoedas.

O sociólogo acredita que como os bancos nacionais são concentrados e fortes, seria impossível usar o Real digital em uma carteira fora dos bancos.

Tecnologia chega em 2022, mas Brasil pode não estar preparado para inovação e moeda físicas deverão continuar a existir

O Real digital voltou a chamar atenção, com o presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, confirmando o estudo atualmente. Há a intenção de lançar a moeda já em 2022, ano também de eleição no Brasil.

Contudo, grande parte da população brasileira não tem nem acesso à internet e nem aos bancos. Ou seja, caso o Real digital surja realmente em 2022, muitos brasileiros ainda deverão estar fora desse sistema.

Neste ponto, Edemilson acredita que as moedas físicas deverão continuar existindo por alguns anos.

Outra questão importante sobre a tecnologia em estudo no Brasil é os fundamentos de seu funcionamento. A China é o primeiro país a lançar uma versão de sua moeda digital, ou seja, poderá influenciar o modelo adotado no Brasil, citou Edemilson.

Apesar de ser considerada pelo Bacen como uma tecnologia de potencial, o Real digital não deverá ter um modelo semelhante ao das criptomoedas, como o Bitcoin, entre outras. Uma das diferenças seria a própria regulamentação, visto que o Real é emitida pelo BCB e de curso forçado no Brasil.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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