Anthony Scaramucci, executivo com breve passagem pela Casa Branca durante o primeiro governo Trump, acredita que a regulação das criptomoedas nos EUA será apresentada em novembro deste ano. Em conversa com o Financial Times, o CEO da SkyBridge Capital explica que isso está ligado às eleições de 2026.
Em outras palavras, ele aponta que congressistas americanos não irão lutar contra a indústria de criptomoedas enquanto buscam a reeleição.
Para Matt Hougan, CIO da Bitwise, isso pode quebrar o padrão de ciclos do Bitcoin e fazer com que o mercado continue subindo em 2026. Até então, o BTC é conhecido por ter três anos de alta e então um de baixa.
Grande defensor do Bitcoin, Anthony Scaramucci aponta que congressistas americanos começarão a apresentar projetos para o setor de criptomoedas no final de 2025, o que poderia levar o mercado a mais um rali de natal.
“Acredito que os congressistas que estão buscando a reeleição precisarão iniciar suas campanhas até, no máximo, março de 2026. Estamos falando de um ano a partir de hoje.”
“O que normalmente acontece é um surto de atividade legislativa antes do recesso de Natal do Congresso”, continuou Scaramucci. “Provavelmente veremos isso em novembro deste ano, antes desse recesso. Mas, se não acontecer, não acho que vá demorar muito além do prazo que estou sugerindo.”
Devido ao sucesso da campanha de Trump e suas ações em relação às criptomoedas, Scaramucci aponta que ninguém será louco de ir contra essa indústria e arriscar perder votos.
“Os incentivos estão aí. Imagine-se no lugar de um congressista. Eles pensam: “Caramba! Não vou ser anti-cripto. Vou estar na campanha explicando aos meus potenciais eleitores que votei a favor das criptomoedas”.”
No ano passado, Scaramucci acertou ao prever que o Bitcoin chegaria a US$ 100.000. Antes disso, em 2021, também afirmou que a criptomoeda valerá meio milhão de dólares, apontando não haver bitcoins o suficiente para todos.
Questionado sobre o lançamento da memecoin de Donald Trump, em queda de 41% nos últimos 7 dias, Anthony Scaramucci aparece com uma analogia única sobre esse mercado, comparando memecoins com pornografia.
“A Web 1, quando a internet estava começando, era desajeitada. Não funcionava bem”, disse Scaramucci. “Aí os distribuidores de pornografia perceberam que podiam distribuir seu conteúdo pela internet e convenceram as companhias telefônicas a ampliar a largura de banda para que houvesse mais definição nos vídeos. Isso possibilitou o surgimento de outras coisas.”
“Às vezes, uma nova tecnologia é impulsionada por atividades questionáveis até alcançar plena aceitação.”
Seguindo, ele destaca que a memecoin de Trump é ruim para o setor, que assustou pessoas, mas que, ao mesmo tempo, provou o valor da rede Solana em respeito à tokenização de ativos, custos, segurança e velocidade.
“Apostas. Memecoins. Doge, todas essas coisas [são a pornografia da blockchain]. A promessa das criptomoedas, assim como a promessa da internet, está no comércio”, continuou.
“Fazemos trilhões de dólares em transações na rede. Podemos receber caixas da Amazon na porta de casa com facilidade. Podemos pedir que alguém escolha nossas compras no mercado e as entregue. Há trilhões de dólares em transações B2B, B2C, C2C. E temos a infraestrutura para isso. O precursor disso foi a pornografia.”
Seguindo a conversa, o executivo também fala sobre a FTX, falida corretora no qual sua empresa investiu — e perdeu — dinheiro, bem como sobre outros nomes famosos como Tether, Elon Musk, e o papel de bancos como JPMorgan e Morgan Stanley no mercado de criptomoedas.
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