
Fernando Ulrich desabafa sobre regulação do mercado de criptomoedas no Brasil pelo banco central (Foto/YouTube)
Uma das principais vozes a defender o bitcoin no Brasil publicamente desde 2013, Fernando Ulrich compartilhou sua visão sobre a nova regulação das criptomoedas editada pelo banco central com foco em “proteger os usuários”.
Ulrich lançou o vídeo em seu canal que leva seu nome, intitulado “Nova regulação de criptos do Bacen vai transformar o setor“, na quarta-feira (12). O conteúdo já conta com mais de 50 mil visualizações e mostra uma grande preocupação do especialista.
“Não dá pra gente ser ingênuo e achar que a regulação é apenas para proteger usuários, regular o setor, que não era nada regulado, uma espécie de velho oeste, já não era isso há muito tempo. Na verdade, toda a regulação, e essa inclusive é sobre mais controle“, destacou o economista austríaco.
Ele segue explicando que a regulação proposta pelo Bacen na segunda-feira (10) “é mais controle sobre o setor, as empresas, os usuários, as atividades no setor de criptoativos no Brasil. Mas ela vai além. Porque ela também busca trazer controle macroeconômico“, seguiu.
Fernando Ulrich é um dos maiores youtubers brasileiros a comentar suas visões com um viés libertário, acumulando 820 mil seguidores ao longo de sua carreira, só no YouTube. Mesmo assim, ele pediu colaboração da comunidade em seu vídeo, dizendo que eventuais erros cometidos em sua análise sejam apontados.
Além disso, ele declarou que realizou anotações para gravar o vídeo de forma precisa nas palavras. Neste ponto, ele lembrou que o controle macroeconômico se dá de forma implícita, ao criar um circuito fechado de movimentações.
“Talvez não seja esse o objetivo explícito nas normas, mas sim será as consequências, porque acaba criando uma espécie de circuito fechado para controlar muito bem a movimentação de capitais internacionalmente. Então, na prática, é o que está acontecendo. Eu quero mostrar aqui para vocês, mas eu preciso, esse é apenas o resumo do resumo, tem muita coisa para falar“, destacou logo no início do vídeo.
Seguindo, ele indicou que quem já lhe conhece sabe que ele prefere o modelo de autorregulação do mercado, visto que as empresas se organizam melhor e arcam com as consequências de suas ações.
Contudo, quando um regulador estatal como o banco central adota medidas, quem paga pelas consequências são novamente as empresas. Ulrich destacou sua autoridade no assunto, visto que atua como empreendedor e entusiasta há anos no Bitcoin.
“Mas enfim, essa é uma questão mais filosófica. Eu queria deixar isso bem claro, que é o que eu defendo, sim, é autorregulação e eu defendo quanto mais liberdade e privacidade, sim, para o cidadão, melhora. Essas para mim são as bandeiras principais“, declarou.
“Agora, nós não vivemos neste mundo libertário da cabeça do Ulrich. Eu sei muito bem que como funciona a nossa economia, economia internacional. Então, sei papéis que desempenham várias instituições do Brasil, CVM, outros órgãos reguladores e o próprio Banco Central. Então, não dá pra gente ignorar a realidade em que nós vivemos“, ponderou.
“E eu falo aqui para vocês, tanto como cidadão, como entusiasta, como cliente de empresas desse setor, como empreendedor também, porque eu já passei por empresas desse setor e hoje sou sócio da Liberta Investimentos, uma empresa do mercado financeiro devidamente regulada e também sócio, investidor e conselheiro da OrangeBTC, empresa que no mês de outubro listou suas ações na B3. Então eu digo isso porque eu tenho algum conhecimento já até por estar estudando desde 2013 o Bitcoin e depois o restante dos criptoativos“, seguiu explicando.
A análise completa de Ulrich sobre a regulação das corretoras de criptomoedas no Brasil segue completa em seu canal do YouTube, onde ele analisou os vários pontos abordados e possíveis consequências ao mercado nacional em sua visão.
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