Scott Bessent falou sobre planos de acumulação de Bitcoin pelos EUA em conversa com a Fox Business. Fonte: Reprodução.
Scott Bessent, Secretário do Tesouro dos EUA, afirmou nesta quinta-feira (14) que os EUA não irão comprar Bitcoin. No entanto, notou que o país continuará montando sua reserva estratégica, mas somente com moedas confiscadas.
As declarações contribuíram para a queda do Bitcoin nesta manhã, já abalado pela divulgação dos dados de inflação dos EUA, cujos números vieram muito acima do esperado.
Após bater US$ 124.500 na noite desta quarta-feira (13), o Bitcoin opera abaixo dos US$ 118.000 no início desta tarde, perdendo 3,2% de seu valor nas últimas 24 horas.
Um projeto de lei apresentado pela senadora Cynthia Lummis em 2024 sugeria que os EUA comprassem 1 milhão de bitcoins para usá-los como uma reserva tal como o ouro mantido no Fort Knox.
Donald Trump comprou a ideia dessa reserva. No entanto, ao invés de comprar novos bitcoins, apenas prometeu não vender as moedas que já estão em posse dos EUA provindas de confiscos, como os bitcoins da Silk Road.
Em conversa com a Fox Business nesta quinta-feira (14), o secretário do Tesouro americano Scott Bessent reforçou esse plano. Além de afirmar que os EUA não venderão seu estoque de ouro, notou que o governo não fará compras de Bitcoin.
“Olha, nós temos essa grande reserva de ouro. Duvido que vamos reavaliá-la, mas vamos mantê-la como reserva de valor para o povo americano”, iniciou Bessent.
“Também começamos a entrar no século XXI com uma reserva estratégica de Bitcoin. Não vamos comprar, mas vamos usar ativos confiscados e continuar a aumentá-la. Vamos parar de vender [Bitcoin].”
Segundo o secretário, a reserva americana de Bitcoin está avaliada entre 15 a 20 bilhões de dólares.
Um relatório publicado em julho aponta que os EUA possuem cerca de 29 mil bitcoins (US$ 3,4 bilhões).
No total, o governo mantém posse de 198 mil bitcoins (US$ 23,4 bilhões), mas grande parte dessas moedas não devem ficar em seus cofres, mas sim devolvidas às vítimas. O maior exemplo é o caso dos 94 mil bitcoins ligados ao hack da corretora Bitfinex.
Como comparação, hoje a Strategy detém 628 mil bitcoins. Já o IBIT, ETF de Bitcoin da BlackRock, detém outras 744 mil moedas. Portanto, caso os EUA decidissem acumular 1 milhão de BTC, isso poderia fazer seu preço disparar.
Independente dos EUA comprarem Bitcoin ou não, o mercado parece mais preocupado com a próxima reunião do Fed. Isso porque as expectativas sobre um corte nos juros em setembro já estão caindo após a divulgação dos dados de inflação de julho.
Além disso, Trump segue ameaçando Powell para que ele abandone a presidência do Fed. O próprio Bessent apareceu dentre os nomes que poderiam ocupar o cargo.
No entanto, hoje Chris Waller, Kevin Warsh e Kevin Hassett aparecem entre os favoritos nessa disputa, segundo apostas na Polymarket.
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