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Sequestro com pedido de criptomoedas termina em fuga e morte de dois suspeitos em Goiânia

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Um sequestro relâmpago mirando uma soma milionária em criptomoedas acabou em uma perseguição policial em Goiânia. Dois dos quatro suspeitos foram mortos em combate no local, mas um deles conseguiu fugir sem ser identificado.

A quarta peça do esquema, tido como mandante do crime, foi preso assim que chegou nos EUA, frutando seus planos de fuga.

O planejamento do crime começou ainda em fevereiro deste ano.

Na data, a vítima foi abordada por Josemar Alencar Linhares de Oliveira, que se apresentou como assessor do então presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).

Mais tarde, em junho, o suspeito marcou uma reunião de negócios com a vítima em Goiânia. Documentos vistos pelo Livecoins mostram que a insistência de Josemar foi tão grande que ele chegou a propor custear a estadia da vítima no local.

Golpe aconteceu no final de junho

Os depoimentos apontam que a vítima, um empresário paulista, chegou em Goiânia no dia 24 de junho, recebida por Josemar.

Indo além, também conheceu outro suposto assessor, apresentado como “Danilo” — cujo nome verdadeiro nome era Gabriel Pires de Lima — responsável pelo seu transporte.

A vítima, no entanto, começou a desconfiar do comportamento dessas pessoas. Além de uma enrolação de Josemar para encontrá-lo, Gabriel parecia estar evitando câmeras de segurança.

Somado a isso, Gabriel também questionou se a vítima poderia deixar suas malas no banco traseiro ao invés de usar o porta-malas do carro, aparentando estar apreensivo.

A razão para não usar o porta-malas tinha um motivo.

Logo após saírem do hotel, um indivíduo saltou do porta-malas pelo banco traseiro e rendeu a vítima apontando uma arma para a sua cabeça.

Apontado como agressivo, o suspeito dizia frases como: “fica quieto”; “se tentar pular eu te mato”; “se tentar fugir eu te mato”; “você vai tomar um tiro na cabeça”; e “a gente não quer nada, só o dinheiro”;

No meio do trajeto, um terceiro integrante do grupo entrou no veículo, também armado. Gabriel, conduzindo o veículo, fingia que também era uma vítima, mas não era.

A vítima estava no banco dianteiro ao lado do motorista enquanto os outros dois bandidos armados ocupavam os assentos traseiros. A vítima aponta que eles eram agressivos, dando socos em sua cabeça, dentre outros golpes físicos e violência psicológica.

Enquanto um mantinha a arma apontada para a sua cabeça e outro para a sua costela.

Sequestradores queriam milhões em criptomoedas, mas só conseguiram R$ 6.800

O alvo dos criminosos eram as criptomoedas da vítima. Ainda no veículo, eles reviraram sua mala, bem como acessaram suas contas bancárias e carteiras digitais encontradas em seu celular.

Outra parte do depoimento aponta que a vítima supostamente devia R$ 500 mil por uma comissão de assessoramento de uma transação de criptomoeda com um terceiro. Portanto, poderia se tratar de uma cobrança de dívida por Josemar.

O grupo planejava roubar uma quantia entre 2 a 4 milhões de reais em criptomoedas. No entanto, seus planos foram frustrados já que a vítima não possuía acesso à sua carteira de criptomoedas no local.

No total, eles conseguiram somente R$ 6.813,28 via Pix.

Foi neste momento que Gabriel começou a agir mais como um comparsa do que como uma vítima, dando a entender que também fazia parte do grupo ao colaborar com os outros dois suspeitos.

Criminosos entraram em fuga e confronto com a polícia, resultando na morte de dois dos três suspeitos que estavam no veículo

Os sequestradores e a vítima tomaram a rodovia GO-020, sentido Bela Vista, dirigindo um Fiat Punto com placa adulterada.

Após 1 hora e meia de sequestro, eles passaram por um posto policial. Gabriel avistou uma viatura e, após passar por um pedágio, começou a dirigir em alta velocidade.

A vítima, agora forçada a ir para o banco traseiro, continuava sendo agredida enquanto os sequestradores pediam que ele continuasse tentando transferir seus ativos para eles.

“Em dado momento, tentaram entrar em uma estrada de terra, e quase capotaram com o veículo”, aponta o processo.

Veículo Fiat Punto usado pelos sequestradores. Fonte: Polícia Civil/Reprodução.

Mais a frente, com o carro a cerca de 30 km/h, a vítima foi arremessada para fora do veículo, fraturando três costelas e tendo uma hemorragia interna. Ele foi socorrido por um caminhoneiro que passava pelo local.

Em confronto com a polícia que perseguia o veículo, Gabriel Pires de Lima e outro suspeito identificado como Tiago Oliveira Rocha vieram a óbito.

O terceiro suspeito da ação não foi identificado pelo processo.

Mandante do crime fugiu para o exterior, mas foi preso assim que pousou nos EUA

Embora Josemar Alencar Linhares de Oliveira não estivesse no veículo, a vítima alega ter visto sua foto no celular de Gabriel, que conversava com ele por mensagem.

Após o ocorrido, Josemar não foi encontrado nos lugares que comumente frequentava e nem sequer manteve contato com familiares ou amigos.

A investigação também aponta que ele trocou de telefone e embarcou para os EUA, sem avisar ninguém, no dia 30 de junho, uma segunda-feira, logo após o ocorrido, sem telefonar para a vítima mesmo sabendo do ocorrido.

Outros pontos destacados é que a viagem não foi programada, isso porque as passagens foram compradas no dia anterior. Além disso, Josemar não havia programado férias de seu trabalho.

Postagens de Josemar nas redes sociais sobre viagem aos EUA. Fonte: Polícia Civil/Reprodução.

Em sua defesa, Josemar afirma que “não teve envolvimento algum no crime” e atuou somente como um intermediário entre “Danilo” e a vítima.

Independente disso, a Justiça condenou Josemar como autor intelectual do crime de extorsão na última quarta-feira (24).

Embora a pena inicial fosse de 8 anos, Josemar foi condenado a 12 anos e 9 meses de prisão em regime fechado devido à atuação de quatro agentes e emprego de duas armas de fogo na ação criminosa.

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Henrique HK

Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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Henrique HK