Aconteceu no dia 24 de janeiro de 2019, a primeira audiência dos sócios da Minerworld. O Portal do Bitcoin fez cobertura do caso.
Envolvidos estão sendo acusados de crime com características de pirâmide financeira, e que lesaram mais de 50 mil clientes investidores.
A audiência aconteceu no Fórum de Campo Grande (MS), e na oportunidade foram ouvidos Cícero Saad e Hércules Gobbi, sócios proprietários da Minerworld. Além deles, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul também investiga as empresas Bit Ofertas Informatica Ltda, Bitpago Soluções de Pagamento Ltda. e outros 16 réus.
Acesso as contas
Na audiência, o ministério teve acesso á 14 contas. Cinco delas foram acessadas e três possuíam saldos nos valores de US$ 763,80, 0,00002469 e 0,0007597 bitcoin. As demais não foram abertas por incompatibilidade de senhas ou problemas nos sistemas de acesso.
“Serão utilizadas cartas rogatórias endereçadas a juízes desses países solicitando o envio dos saldos ao Brasil. Como foi determinado o bloqueio de bens, inclui também as criptomoedas. Se, ao final do processo, os réus forem responsabilizados, tudo será direcionado para a cobertura do prejuízo”, disse ao Portal do Bitcoin o juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos, Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho, que é responsável pelo caso.
Participam da audiência pessoas que foram prejudicadas com o esquema da pirâmide financeira. Há investidores que chegaram a colocar dinheiro acumulado por muitos anos. Uma família chegou a investir 800 mil reais!
Lembrando que o prejuízo causado pela empresa, supera 300 milhões de reais. Este valor foi bloqueado pela justiças. A empresa utilizava plataformas de criptomoedas como um de seus produtos e prometia lucros exorbitantes em cima da criptomoeda. No caso, eles prometiam lucro de 100% aos investidores.
O que diz a Minerworld
A Minerworld, por sua vez, alega defesa e afirma que não se trata de um esquema de pirâmide financeira, e que a atividade é de marketing multinível, portanto lícita.
Dessa forma, os sócios afirmam que os atrasos aos investidores começaram a ocorrer devido à desvalorização mundial das criptomoedas. Somado a isso, a empresa teria sofrido um suposto roubo.
As atividades das Minerworld iniciaram em 2016, e vários Estados do Brasil tiveram investidores, como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraíba, Goiás, Sergipe, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
A ação foi batizada de Lucro Fácil, com foco em combater a formação fraudulenta de pirâmide financeira. De acordo com a polícia, o esquema tinha como seus principais dirigentes Cícero Saad, Hércules Gobbi e Johnnes Carvalho.