O mundo vem tentando criar stablecoins na rede do Bitcoin há algum tempo, desde que as moedas se tornaram comuns para traders em corretoras. Assim, uma novidade surge nesse setor, que pode mudar toda a história até aqui.
As stablecoins são moedas estáveis lastreadas em algum ativo, como Dólar, ouro, Euro, entre outros mais. As mais famosas são aquelas criadas com lastro na moeda norte-americana, que inclusive leva o governo dos EUA a pressionar o setor com possíveis regulações.
Contudo, para emitir essas moedas os responsáveis costumam ser empresas, como a iFinex (Tether – USDT) e Circle (USD Coin – USDC). E para isso, elas utilizam redes como Ethereum, Tron, Algorand, Solana, entre outras mais.
Como são empresas centralizadas, suas criações correm riscos de sofrerem novas regras de governos. Além disso, diferente do Bitcoin, as redes utilizadas para criação de stablecoins não são verdadeiramente descentralizadas e podem então oferecer grandes riscos aos detentores dessas moedas, seja por regulações ou a própria tecnologia.
Stablecoins na rede do Bitcoin começam a chegar com novo lançamento de protocolo
A Lightning Lab, uma das principais empresas a criar soluções para a Lightning Network do Bitcoin, anunciou nesta quarta-feira (28) o lançamento do protocolo Taro, baseado em Taproot, que era aguardado pela comunidade mundial desde abril de 2022.
Na ocasião, a empresa anunciou que estaria lançando a novidade que permite o lançamento de ativos na rede principal do Bitcoin e também na LN.
“Vemos o Taro como um passo importante na bitcoinização do dólar, obtendo o melhor dos dois mundos 1) emitindo ativos como stablecoins no blockchain mais descentralizado e seguro, bitcoin e 2) permitindo que os usuários realizem transações na rede global de pagamentos mais rápida com o menor taxas, Lightning.”
E hoje o código inicial que deverá permitir todo este surgimento de inovações na rede Bitcoin foi lançado, com empresas que emitem stablecoins já sendo convidadas a testar a tecnologia.
O movimento é um dos mais avançados da comunidade bitcoin para interligar este ecossistema com o Dólar. Além dessa, soluções lançadas pela Galoy seguem em teste em El Salvador e região.
Stablecoins não são apenas especulação
Vale lembrar que apesar da associação de stablecoins com especulações em corretoras, o seu uso não se restringe a essas atividades.
Isso porque, pessoas que moram em países sem acesso a bancos e precisam enviar ou receber remessas financeiras ainda sofrem muito. Com uma stablecoin na rede Bitcoin então, o acesso da maior moeda digital pode chegar a bilhões de pessoas, disse a Lightning Labs nesta quarta.
“Com Taro e a incrível comunidade de desenvolvedores, podemos construir um mundo onde os usuários tenham saldos denominados em USD e saldos denominados em BTC (ou outros ativos) na mesma carteira, enviando valor trivialmente pela Lightning Network exatamente como fazem hoje. Esse salto em frente acelerará o caminho para levar o bitcoin a bilhões.”
A empresa responsável pela criação ainda declarou que desenvolvedores interessados em ajudar a evoluir o código dessa solução devem entrar em contato, pois podem ser contratados.