Empresa promete desvendar casos de roubo de criptomoedas com novo serviço

Conforme as criptomoedas são pseudo-anônimas, muitas vezes é possível descobrir quem está por trás de uma carteira. Como exemplo, na última semana um diretor da Coinbase encontrou o dono de uma carteira esquecida que continha R$ 1,5 milhão em criptomoedas.

No entanto, nem todos possuem tamanha dedicação ou conhecimento. Pensando nisso, a Arkham Intelligence, uma empresa de segurança, criou uma corretora para a compra e venda de dados relacionados a endereços de criptomoedas.

Na imagem compartilhada pela Arkham, com um anúncio fictício, é possível ver como o sistema funciona. Enquanto um usuário oferece uma recompensa por informações sobre uma carteira, outros correm para desvendar o caso e ficar com o prêmio.

“Rastreie os fundos do hacker da CoinChain.”

“No dia 30 de fevereiro de 2022 [data fictícia], um golpista roubou o equivalente a US$ 50 milhões da ChainCoin”, aponta o anúncio. “Após isso, eles transferiram os fundos para 50 endereços diferentes. Quero descobrir onde o dinheiro foi parar.”

Novo serviço da Arkham Intelligence promete revolucionar investigações on-chain. Reprodução.
Novo serviço da Arkham Intelligence promete revolucionar investigações on-chain. Reprodução.

No anúncio acima, a recompensa é de US$ 2.000 (R$ 9.750), mas os prêmios variam conforme a oferta e demanda. Na mesma imagem é possível visualizar outro anúncio fictício que está pagando US$ 4.300 (R$ 21.000) para quem descobrir qual fundo de edge está por trás de determinada carteira.

Arkham Intelligence anuncia “o primeiro mercado de inteligência on-chain do mundo”

Segundo o anúncio da Arkham Intelligence, a corretora de informações foi criada após a empresa perceber uma crescente demanda e oferta por tais serviços.

Por um lado, a Arkham afirma que traders, investidores, jornalistas, pesquisadores e protocolos estão cada vez mais interessados em informações sobre baleias, golpistas e outros atores até então anônimos.

Por outro lado, a empresa destaca a existência de um crescente número de investigadores on-chain brilhantes. O problema é que não havia um mercado formal para as duas partes negociarem.

“Qualquer um pode postar uma recompensa buscando informações on-chain, bloqueando fundos para solicitar informações sobre entidades ou endereços de criptomoedas”, explica a Arkham. “Essas recompensas podem então ser resgatadas por ‘caçadores de recompensas’ (investigadores ou detetives de blockchain), que trocarão inteligência em troca do pagamento.”

“Compre e venda informações sobre o dono de qualquer endereço de carteira blockchain — anonimamente, por meio de contrato inteligente.”

No momento, tanto governos quanto pessoas e empresas privadas dependem de serviços centralizados para solucionar crimes e interromper o fluxo das transações subsequentes.

Comunidade está dividida sobre novo serviço

Nos comentários do anúncio da Arkham Intelligence é possível ver uma divisão de reações da comunidade. Enquanto alguns elogiam a ideia, chamando a de “genial e única”, outros se mostram preocupados com o possível mau uso da ferramenta.

Como exemplo, um deles alerta que a prática de doxxing (revelar informações pessoais de terceiros na internet) é um crime por si só. Enquanto isso, outro aponta que isso poderia aumentar casos de sequestro.

Um terceiro, mais brincalhão, compartilhou um desenho do que parece ser um agente do governo, como do FBI ou CIA, disfarçado com o logotipo da Arkham.

Meme sobre novo serviço da Arkham Intelligence. Fonte: Twitter/Reprodução.
Meme sobre novo serviço da Arkham Intelligence. Fonte: Twitter/Reprodução.

“Está mais para “dedure para ganhar””, disse outro, ironizando o slogan original do produto: inteligência para ganhar (intel-to-earn).

Por fim, ainda é cedo para saber se o novo serviço será benéfico ou maléfico para a indústria de criptomoedas. De qualquer forma, a criatividade dos empreendedores é inegável.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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