Whitepaper do Bitcoin completa 16 anos superando suas ideias embrionárias

Nascido para ser o dinheiro da internet, hoje se consolida como reserva de valor

Em 31 de outubro de 2008, Satoshi Nakamoto lançou o whitepaper do Bitcoin, uma proposta inovadora para resolver problemas profundos da economia global, como a inflação e a centralização do dinheiro. Dezesseis anos depois, Bitcoin tem um papel importante na busca por alternativas econômicas, e foi além de uma ideia de troca independente do sistema financeiro tradicional para uma alternativa de reserva de valor.

Antes de avaliar nosso presente, vale resumir um pouco a que veio esse Whitepaper há 16 anos atrás. O Bitcoin foi criado em um momento de crise financeira global, em 2008. A proposta de Satoshi Nakamoto era de criar uma moeda digital limitada, como resposta a questões que permanecem atuais, como a inflação e a centralização das decisões monetárias.

A inflação, principalmente, é um problema recorrente em várias economias. A crise da Covid-19, por exemplo, intensificou essa realidade: governos ao redor do mundo injetaram grandes quantias em suas economias, imprimindo dinheiro para contornar a crise. Esse aumento de liquidez, embora necessário em alguns contextos, também acelera a desvalorização das moedas e reduz o poder de compra da população.

O Bitcoin, por outro lado, opera com uma oferta limitada a 21 milhões de unidades, tornando-se uma alternativa ao modelo inflacionário das moedas fiduciárias. Essa característica traz um valor único, principalmente em países com históricos de inflação elevada. Além disso, a tecnologia blockchain, a base do Bitcoin, permite trocas internacionais com facilidade, promovendo uma economia global descentralizada, onde qualquer pessoa, em qualquer lugar, pode transacionar sem intermediários.

Quase duas décadas depois, a primeira criptomoeda do mundo ainda não atingiu seu objetivo de ser amplamente aceita como moeda de troca, mas vem se consolidando parcialmente como uma reserva de valor, uma alternativa em tempos de incerteza econômica.

A adoção crescente do Bitcoin ao longo dos anos reforça essa posição como reserva de valor. A partir de 2013, o interesse pelo Bitcoin cresceu significativamente. Em 2020, durante a pandemia, a busca por alternativas fora do sistema financeiro tradicional impulsionou ainda mais essa percepção, levando mais investidores, tanto individuais quanto institucionais, a enxergar o Bitcoin como uma forma de diversificação e proteção patrimonial.

E o que nos aguarda no futuro? 

Minha visão pessoal sobre o futuro do Bitcoin e do mercado cripto em geral envolve a aproximação crescente desses com o mercado financeiro tradicional. Em 2024, vimos a entrada de ETFs lastreados em Bitcoin e, por consequência, o aumento da participação de investidores institucionais, o que dá ao ativo um caráter mais consolidado e o legitima como uma opção de investimento para proteger patrimônio.

Assim, o Bitcoin talvez nunca alcance plenamente a visão original do whitepaper como um sistema global de troca monetária. No entanto, seu papel na proteção patrimonial e como uma alternativa à centralização monetária continua a se fortalecer.

A adoção do Bitcoin como reserva de valor também ganhou força graças ao interesse de empresas e influenciadores de peso. Organizações como a MicroStrategy, apoiada pela figura do Michael Saylor, contribuem para aumentar a legitimidade do Bitcoin e das criptomoedas no mercado financeiro e entre investidores de todos os perfis.

Este ano, tive a oportunidade de entrevistar Michael Saylor, que compartilhou uma visão clara: ele vê o Bitcoin como uma commodity, um ativo de base no mundo digital que, assim como o ouro, pode servir de proteção de valor a longo prazo.

Essa presença institucional exerce uma influência dupla. Primeiro, as aquisições de Bitcoin por empresas criam uma pressão compradora, contribuindo para a valorização do ativo no mercado. Segundo, a imagem de investidores reconhecidos e bem-sucedidos endossando o Bitcoin aumenta a credibilidade do ativo e atrai novos interessados.

A confiança dessas figuras na tecnologia gera um efeito de validação, incentivando não só investidores individuais, mas também outras empresas e instituições a considerarem o Bitcoin como parte de suas estratégias financeiras.

Ainda assim, o Whitepaper que hoje comemora seus 16 anos não perdeu valor. Bitcoin tem um impacto transformador na nossa forma de pensar sobre dinheiro e economia digital. Ele representa uma nova maneira de conceber valor e transações globais, e, mesmo que nunca atinja completamente os objetivos iniciais do whitepaper, seu papel como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional está assegurado.

Rodrigo Batista

CEO e fundador da Digitra.com 

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Rodrigo Batista é fundador e CEO da exchange Digitra.com e do token DGTA. Comprou seu primeiro Bitcoin por 4 dólares em 2012. Em 2013 fundou o Mercado Bitcoin o vendeu em 2019 para os atuais sócios. Atualmente, ele possui múltiplos negócios no mercado de ativos digitais. É cofundador e conselheiro da seguradora 88i, investidor da tokenizadora nTokens e do Mercado de Balcão Organizado Estar, o que o torna o único brasileiro com projetos aprovados em todos os sandboxes regulatórios do Brasil. Batista é graduado em Tecnologia pela Federal, administração de empresas pela USP e frequenta o curso para donos e presidentes de empresas, OPM, na Universidade de Harvard.

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