Pode o Bitcoin Reduzir o Risco do seu Portfólio?

Uma análise do Bitcoin a luz da Teoria Moderna do Portfólio

Estudar a alocação de ativos no seu portfólio é fundamental para quem leva seus investimentos a sério. A diversificação na alocação de capitais em ativos não correlacionáveis é essencial para redução do risco e aumento da rentabilidade da sua carteira. Entenda o papel que o Bitcoin, uma nova classe de ativo não correlacionável aos tradicionais, pode desempenhar no seu portfólio.

A Teoria Moderna do Portfólio

Em 1952 um estudante de graduação de 25 anos da University of Chicago chamado Harry Markowitz escreveu um artigo de 14 páginas intitulado Portfolio Selection. Esse artigo posteriormente se tornaria a base do que ficou conhecida como a Teoria Moderna do Portfólio.

Markowitz demonstrou o poder da diversificação dos investimentos entre ativos de baixa correlação entre si. Ele demonstrou, para a surpresa de muitos, que um portfólio composto de 26% de ações e 74% de renda fixa possui risco menor do que um portfólio 100% renda fixa.

Teoria Moderna Portfólio de Markowitz - Fronteira Eficiente Comum - Renda Fixa e Ações. Bitcoin
Fronteira Eficiente Comum de Markowitz – A linha vermelha indica o portfólio mais rentável para um determinado risco. Interessante observar que a composição de menor risco é composta por 26% Ações e 74% de Renda Fixa. Uma alocação 100% na renda fixa tem um risco maior e menor rentabilidade.

Markowitz explorou a ideia de que o risco é algo desejável em um ativo. Esse risco deve ser avaliado considerando todo o portfólio, e não o ativo isoladamente.

E como reduzir o risco da minha carteira?

O primeiro passo para proteger seu portfólio é garantindo que todos os seus ativos não valorizem ou desvalorizem ao mesmo tempo. Ou seja, ativos diversificados e de baixa correlação entre si. Dessa forma, quando um ativo desvalorizar, outro estará valorizando, outro estará estável, etc, reduzindo a volatilidade da sua carteira de investimentos.

Entretanto, não existe benefício em diversificar o portfólio com ativos que tenham uma alta correlação entre si. Ou seja, entre ativos que valorizam ou desvalorizam juntos. Aí está um grande desafio que os investidores enfrentam: encontrar ativos não correlacionáveis. E é aí que entra o Bitcoin.

O Bitcoin pode, no percentual correto, reduzir o risco do seu portfólio

Conforme explicado, adicionando ativos que possuem alta volatilidade e risco, mas de baixa correlação com outros ativos do seu portfólio, o risco total da sua carteira será reduzido. Essas são exatamente as características do Bitcoin.

O Bitcoin é uma nova classe de ativo, não correlacionado à ativos tradicionais, com alta volatilidade e retornos muito altos.

Entretanto, devido a sua alta volatilidade e risco elevado, o Bitcoin somente irá reduzir o risco da sua carteira se o mesmo representar um pequeno percentual da sua carteira, em torno de 1 a 3%.

Contudo, não adianta diversificar entre criptomoedas, pois as mesmas têm altíssima correlação entre si. É comum no depararmos com cenários desse tipo, onde podemos observar que todas as criptomoedas tem o mesmo comportamento. É exatamente isso que procuramos evitar ao montar um portfólio.

CoinMarketCap - Alta correlação entre criptomoedas. Composição da carteira ou portfólio.
Possível observar a altíssima correlação entre as criptomoedas, que possuem todas o mesmo gráfico (à direita na figura). Fonte: https://www.coinmarketcap.com

Investimento de Longo Prazo

A Teoria Moderna do Portfólio foi elaborada com foco no longo prazo, sem tentar adivinhar o que o mercado irá fazer a curto prazo.

A ideia central desse artigo é alertar para os benefícios de investir pequenas quantidades da sua carteira em criptomoedas, e investir a maior parte em ativos tradicionais (Renda fixa, ações, ETF, FIIs). Invista uma quantidade que deixe você tranquilo em um bear market.

Contudo, o cenário a longo prazo é promissor para o Bitcoin devido as suas características.

Bitcoin no Longo Prazo - Devido a Baixa Correlação pode Reduzir Risco do Portfólio

Bitcoin é o ativo que mais valorizou nos últimos 9 anos. Não correlacionável a nenhum outro ativo tradicional. Podendo ainda, na medida certa, reduzir o risco da carteira.

Será que fundos de pensão, fundos multimercados e bancos não estão interessados? Claro que estão, entretanto, por uma série de razões legais e regulatórias essas instituições não podem comprar Bitcoin diretamente. Contudo, algumas dessas instituições podem comprar contratos futuros de Bitcoin, ou ainda um ETF de Bitcoin. E esses instrumentos estão começando a surgir

Adendo ao artigo original: Vídeo de Vitalik Buterin

Navegando por vídeos pela internet encontrei esse pequeno vídeo do Vitalik Buterin sobre  investimentos em criptomoedas. Vitalik Buterin faz comentários similares ao artigo acima.

Vitalik comenta que mesmo que as pessoas não usem criptomoedas como meio de pagamento elas ainda assim investem em criptomoedas. Ele diz também que as pessoas já perceberam que as criptomoedas são ativos com altos e baixos “desconectados” do mercado de ações. Dessa forma, ele conclui que diversificar seu portfólio investindo em criptomoedas realmente reduz o risco.

 

Referências:

Ferri, Richard (2010). All About Asset Allocation

Viver de Renda – A Bolsa e o Risco Parte I

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Marcello
Marcello
Escreve sobre a tecnologia, blockchain, investimentos e notícias sobre criptomoedas. Certificado (CBP) pelo CryptoCurrency Certification Consortium (C4).

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