Na Venezuela, companhias aéreas são obrigadas a usar Petro

Decreto presidencial!

O bolívar venezuelano é uma moeda que não deixa de cair nas garras da inflação, com uma maxidesvalorização nos últimos anos. Já a Petro, criptomoeda criada pelo governo da Venezuela, passa cada vez mais a ter uma adoção forçada, chegando agora aos combustíveis de companhias aéreas.

Nesta terça (14), o presidente Nicolás Maduro baixou um decreto presidencial para regulamentar o caso. Ou seja, a Petro passa a ser de curso forçado para as companhias que operam no país.

Dessa forma, o governo pode mirar uma diminuição do controle monetário, que tem visto uma ampla variedade de moedas no país. Os efeitos da dolarização da Venezuela já são sentidos, assim como a adoção das criptomoedas públicas.

Presidente da Venezuela decreta obrigação no uso da Petro para companhias aéreas

De acordo com informações da AFP Venezuela, o presidente Nicolás Maduro tomou uma importante decisão nesta terça. Isso porque as companhias aéreas que operam no país só poderão reabastecer no local caso paguem em Petro, a criptomoeda venezuela.

Por ser a primeira criptomoeda estatal, a Petro acumula polêmicas desde sua criação. Ainda que sua tecnologia utilize a blockchain, a moeda não parece em nada com o Bitcoin, por exemplo. O controle e a emissão desta pertencem ao governo venezuelano, que conduz da forma como quer a criptomoeda.

Ou seja, a Petro é uma criptomoeda que tem passado por um processo semelhante ao que funciona em Bancos Centrais. Além disso, com a decisão de obrigar as companhias aéreas a usar esta moeda, ela praticamente passa a ser de curso forçado. Isso significa que as companhias serão obrigadas a ter, comprar e transacionar essa criptomoeda estatal.

A Petro foi uma criptomoeda criada pelo governo da Venezuela para substituir o bolívar venezuelano, que não serve nem para acender fogueira mais de tão desvalorizado. A hiperinflação do país com a moeda local é gigante, uma das maiores do mundo, sendo a Petro a possível solução. A criação desta passou pela ideia de ter uma criptomoeda lastreada em petróleo, que é o principal ativo do país.

Vai tirar um passaporte na Venezuela hoje? Terá que pagar em Petro

Muito se engana quem pensa que apenas as companhias aéreas caíram nessa enrascada. O decreto presidencial contempla outros serviços que a partir de agora terão que ser pagos nesta moeda.

Emissão de passaporte, dentre outros documentos, registros de imóveis e venda de carros, tudo terá que ser pago em Petro. Cada Petro deveria valer cerca de U$ 60 por unidade, uma vez que acompanha a cotação do petróleo. Ou seja, o valor desta não é estável, mas flutuante. As informações são da AFP em Caracas, que acompanhou o discurso do presidente em sua tradicional prestação de contas para a população.

O presidente foi além, decretando ainda que 4,5 milhões de barris de petróleo serão vendidos em breve. Quem apostou que a venda será apenas em Petro, acertou.

A maior adoção, forçada, pelo governo poderá causar uma diminuição da dolarização no país. Além disso, poderia diminuir o uso de outras criptomoedas, que tem tido neste um território especial para adoção. Dessa forma, a pioneira criptomoeda estatal passa a ser também a primeira de curso forçado, diminuindo um pouco a liberdade da população, recém conquistada.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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