Mais de 42.000 vítimas caíram em golpes envolvendo criptomoedas falsas na rede Ethereum. A quantia chega a 14.000 ETH, equivalentes a mais de R$ 150 milhões na cotação atual. A investigação é da Blockfence, empresa de segurança focada em web3.
O relatório aponta que os golpistas usam “técnicas sofisticadas”. No total, ao menos 1.300 criptomoedas falsas foram criadas, visando se aproveitar da pressa e falta de atenção dos investidores.
“Os golpistas ganham dinheiro sobre o FOMO (medo de ficar de fora) criando nomes de tokens que se fazem passar por empresas e projetos de criptomoedas que ainda não lançaram um token.”
Talvez como uma ironia, os golpistas criaram uma criptomoeda falsa com o nome da própria Blockfence, que conduziu o estudo. Memecoins também foram outro grande alvo dos golpistas.
R$ 150 milhões foram roubados com 1.300 criptomoedas falsas, aponta investigação
No momento existem mais de 2 milhões de criptomoedas no mercado, muitas delas são negociadas apenas em corretoras descentralizadas. Conforme essas DEX não possuem nenhum controle sobre os ativos negociados ali, golpistas se aproveitam para criar criptomoedas falsas com o mesmo nome de outras já existentes ou de empresas.
Um dos exemplos citado pela Blockfence foi uma criptomoeda falsa usando o nome da própria empresa. Como se a imitação não fosse o bastante, os golpistas também deixaram várias brechas no contrato inteligente do token.
Como exemplo, a criptomoeda falsa é apresentada com uma oferta (supply) de 10 bilhões de unidades. No entanto, os golpistas possuíam 2,2 quadrilhões de unidades.
“O código do contrato do token foi verificado, mas há um problema”, conta a Blockfence. “A função interna de transferência verifica o endereço de interação e chama a função “dissort” de outro contrato não verificado.”
Seguindo, a empresa de segurança nota que os golpistas também conseguem queimar criptomoedas de outros investidores, travar criptomoedas que estavam na pool de liquidez, dentre outras peculiaridades como a impressão ilimitada de novas moedas para os administradores do contrato.
Recomendações para não cair em golpes
Conforme esses golpes tem como alvo nomes de empresas e outras criptomoedas famosas, a principal recomendação é acessar o site e redes sociais oficiais dos projetos, a fim de conferir os endereços corretos dos contratos, entre outras informações.
Já a Blockfence recomenda que os usuários procurem por certas peculiaridades nesses contratos, como outros contratos escondidos, renúncia do dono do contrato e a criação automática de criptomoedas pelo mesmo endereço.
“Esta campanha maliciosa está em execução desde abril de 2023 e nada parece indicar que irá parar tão cedo.”
Portanto, a recomendação final é ter total atenção ao negociar criptomoedas em corretoras descentralizadas. Afinal, embora elas sejam muito úteis, também oferecem seus perigos. O estudo completo pode ser lido no site da Blockfence.