Três melhorias da atualização Taproot na rede do Bitcoin

No mês de maio a sinalização do Taproot entrou em andamento, até agora tivemos apoio da maioria dos mineradores.

Taproot é a nova atualização proposta para ser implementada na rede do Bitcoin, prevista para novembro deste ano – a última aconteceu em 2017 com o aumento do tamanho dos blocos.

Apesar de o Bitcoin ter em sua essência ser uma moeda digital, ele é uma tecnologia, então sempre é melhorado através de atualizações que são decididas pelo consenso dos desenvolvedores que visam performance, custo e privacidade.

A futura atualização conhecida como Taproot propõe certas soluções para melhorar as três juntas.

MuSig2: Aumenta a privacidade e reduz o custo de transações MultiSig

Acho que o fato de que pagamos pelo espaço na blockchain é bastante claro para todos nós, por essa razão a multisig hoje é muito cara.

Multi-assinatura (multisig) refere-se à solicitação de várias chaves para autorizar uma transação de Bitcoin, em vez de uma única assinatura. Ela é usada principalmente para dividir a responsabilidade pela posse e transferência de bitcoins entre várias pessoas.

A multisig se encontra entre as funções que admitem as direções P2SH, dentro dela se requer mais de uma assinatura para conseguir fazer uma transação.

Com a utilização de mais espaço, o custo da transação consequentemente é maior. Mas a atualização Taproot vai melhorar a multisig com um algoritmo mais eficiente chamado Schnorr, onde serão agregadas todas as assinaturas de uma transação em um código só, que o tornará a transação menor.

Diagrama Musig 2. Imagem: Blockstream
Diagrama Musig 2. Imagem: Blockstream

Com a Schnorr incorporada, teremos também um aumento de privacidade pela condensação de assinaturas e uma redução considerável no custo.

CoinSwap: Aumento da privacidade com mixagem de moedas

Coinswap já vem sendo discutido desde 2013, não é algo muito novo na comunidade da moeda digital. Ele funciona como um intermediário descentralizado que coloca uma camada entre A e B.

Por exemplo, uma transação vai passar de A (emissor) para o intermediário (CoinSwap), e depois para B (destinatário).

Geralmente esses tipos de transações são diferenciadas na blockchain, devido a que são diferentes das transações normais.

Junto com a implementação de Schnorr, a CoinSwap vai aumentar ainda mais privacidade.

Toda vez que alguém fazer uma transação utilizando esse protocolo, vai ser dificilmente rastreado.

Quando a transação passa pelo intermediário, as moedas passam por um processo de mixagens que pode quebrar a transação em até 6 partes antes chegar até o destinatário.

CoinSwap Protocol Diagram. Imagem: Bitcoin talk
CoinSwap Protocol Diagram. Imagem: Bitcoin talk

Lightning Network mais segura

A Lightning Network é uma rede de segunda camada na rede do Bitcoin que deixa as transações mais rápidas e mais baratas.

Atualmente a LN do Bitcoin utiliza a HTLCs (hash time locked contracts) para as transações.

A Taproot propõe atualizar para PTLC (point time lock contracts) para que quando ele recorra aos nós, ele adicione uma informação no hash, onde consequentemente vai mudando o hash por cada nó onde passa, isso dificulta o rastreio das transações.

A PTLC aumenta a privacidade e a eficiência na utilização.

Próximos passos

No mês de maio a sinalização do Taproot entrou em andamento, até agora tivemos apoio da maioria dos mineradores.

Se tudo continuar “positivo”, talvez veremos a atualização sendo implementada antes de novembro.

Taproot status. Imagem: Taproot Watch
Taproot status. Imagem: Taproot Watch

O processo de atualização é muito lento e assim deve ser, porque aplicar atualizações no Bitcoin requer muito cuidado e muito estudo, não existe uma pessoa que comanda e desfaz algum erro.

A comunidade da moeda é que decide em consenso, Bitcoin é descentralizado.

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Lorena Almada
Lorena Almada
Formada em Engenharia Electromecânica/ Educadora e fundadora do curso Expert in Bitcoin/ Co-founder Her Capital/ Vivendo minha vida estudando e aprendendo algo novo cada dia!

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