Inevitavelmente diversos bitcoiners já ouviram críticas de pessoas que simplesmente desdenham do futuro da criptomoeda. Os “No coiners” são aqueles que não acreditam no Bitcoin e sempre criticam as características da moeda, apresentando argumentos diversos.
Talvez você já tenham escutado isso até mesmo de pessoas que têm dúvidas e desejam aprender um pouco mais. Por isso é importante entender algumas das perguntas e críticas mais feitas pelos “no coiners”.
“Bitcoin é volátil”
Essa é uma das maiores críticas ao Bitcoin porque ela engloba muitas outras, como dizer que o Bitcoin não é moeda – dada as características da moeda definida pelos preceitos ortodoxos de economia.
De fato o Bitcoin ainda possui uma volatilidade bem considerável, isso se deve ao fato de que é uma moeda relativamente nova, apenas 12 anos de existência. Esse tempo de existência é ainda bem pouco para criar uma comunidade sólida de pessoas que aderem ao uso do ativo.
Apenas cerca de 2% da população mundial possui bitcoins, o que é muito pouco. Logo, o efeito rede ainda é pequeno para gerar estabilidade em torno do ecossistema do ativo.
A medida que a taxa de adoção aumentar, e mais pessoas possuírem o ativo, isso irá se estabilizar, pois o mercado aprenderá a precificar melhor o ativo e ele se tornará maior, mais líquido e mais desenvolvido. A redução da volatilidade se dará com o tempo.
”reclamar que o bitcoin é volátil, é como reclamar que o céu é azul”
– Bitcoin redpill
Alias, em julho de 2016, por exemplo, a libra esterlina oscilou mais intensamente que o Bitcoin.
Inclusive essa é uma critica bem esdrúxula em relação ao Bitcoin, pois devido sua imaturidade é completamente aceitável que um ativo novo apresente volatilidade, afinal não há como algo novo se tornar uma forma de dinheiro estável da noite para o dia.
O gráfico abaixo mostra a volatilidade do Bitcoin ao logo do tempo
Note que a performance do Bitcoin vem melhorando ao longo dos anos, devido a sua adoção.
“Não se pode comprar nada com Bitcoin”
2021, mais do que nunca, se mostrou um ano em que SIM, evidentemente é possível comprar coisas com Bitcoin. Dá para comprar um Tesla com Bitcoin (dava)!
Essa crítica de que não dá para comprar nada com Bitcoin é, também, atrelada ao que foi citado anteriormente. Devido ao Bitcoin não apresentar características de moeda.
Mas, na verdade, com o aumento da adesão das pessoas e de novas formas de se investir em Bitcoin, investidores fazendo investimentos institucionais e empresas oferecendo serviços com Bitcoin, a possibilidade de utilizar Bitcoin para pagamentos é cada vez maior.
Plataformas como a Bitrefill oferecem serviços de compra de gift cards e crédito para celular pré-pago com Bitcoin; no brasil, a maioria dos usuários da plataforma compram cards de iFood. Além disso, fintechs, como a Alter, possibilitam converter bitcoins automaticamente em real para fazer compras com cartão Visa em todo o mundo.
Por fim, a camada paralela à blockchain, a Lightning Network (LN), possibilita micro pagamentos com Bitcoin. A LN é a maior promessa para a adesão em massa do Bitcoin e sua utilização no dia a dia, pois torna as transações mais baratas e quase que instantâneas.
Dessa forma, o Bitcoin já é sim a moeda do cafezinho! Que permite micro pagamentos e está cada vez mais esta caminhando para um uso mais frequente no cotidiano.
“Bitcoin gasta muita energia”
O processo de mineração do Bitcoin, criação de novos blocos, é um grande descontentamento por grande parte das pessoas que não entendem direito o processo e como ele é feito.
Devido ao crescimento do ecossistema do Bitcoin, a rede foi ficando mais competitiva e o processo de mineração mais custoso, necessitando de máquinas especiais (ASICs) e uma alta quantidade de energia. Isso é o que fomenta uma narrativa ambiental acerca do ecossistema do Bitcoin.
Alguns estudos afirmam que o Bitcoin consome 72 TeraWatt- hora (TWh). No entanto, esse gasto realizado é justamente a energia utilizada para manter um sistema com uma rede complexa de segurança funcionando, e o Bitcoin possui o valor que tem hoje devido a confiabilidade do usuário.
Além do mais, só as secadoras de roupa dos EUA gastam o valor que o Bitcoin gasta para manter sua rede.
Mas, comparando ao sistema fiduciário dos bancos centrais, há vários gastos envolvidos no processo que fazem esse sistema funcionar, tais como: impressão, bancos, agências, caixas eletrônicos, escritórios, aviões, escolta armada, aparato jurídico, policial e prisional… tudo isso para manter um sistema todo em que, mesmo assim, é fraudado e corruptível.
O sistema atual gasta pelo menos 10 vezes mais energia do que o Bitcoin, mas ninguém discute por isso.
“A computação quântica acabará com o Bitcoin”
A segurança da rede blockchain é tão alta e complexa que é impossível atualmente de conseguir quebra-la, considerando, assim, que somente computadores extremamente potentes poderiam realizar tal feito.
Portanto, muitos acreditam que o sistema de um computador quântico poderia ser capaz de acabar com a rede do Bitcoin em questão de dias.
Enquanto os computadores atuais processam em bits, 0 ou 1, os computadores quânticos processam em qubits, onde conseguem realizar uma quantidade maior de cálculos simultaneamente.
Atacar as chaves criptográficas do Bitcoin necessitaria de 1.500 qubits e, atualmente, o mundo não possui energia suficiente para criar um computador quântico eficiente para atacar a criptografia da rede do Bitcoin.
No entanto, um endereço Bitcoin está seguro da computação quântica desde que ele nunca tenha sido gasto, ou seja, nunca tenha sido revelada sua chave pública, por isso é recomendável usar cada endereço apenas uma vez. A chave em si só é revelada quando há um gasto daquele endereço, e não depósito.
Mesmo assim, ainda há tempo para mudança no cenário da segurança de criptografia e diversos estudos estão em andamento para criar um sistema de criptografia quântica. Além disso, a ameaça da computação quântica já encontra uma possível solução com o desenvolvimento de provas de trabalho quantum resistants.