O presidente da Funai, Marcelo Xavier, comentou sobre a herança de contratos de outras gestões, lembrando do episódio da “criptomoeda do índio”. Segundo ele, o compromisso da fundação segue sendo a busca pela autonomia dos índios no Brasil.
No último dia 19 de abril, o Dia do Índio foi comemorado no Brasil, data que marca a luta dos povos indígenas por melhores condições. Considerados os povos nativos das Américas, eles hoje enfrentam uma grande luta para manter territórios e gerar renda a partir destes.
Com a pandemia da COVID-19 então, a situação de muitas aldeias ficou ainda mais delicada. Mesmo assim, a Funai divulgou o resumo do que tem feito nos últimos três anos em prol destes povos.
Presidente da Funai diz que criptomoeda do índio causaria prejuízo
Delegado da Polícia Federal e atualmente presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva concedeu uma entrevista pública lembrando do “Abril Indígena”.
Segundo ele, no “governo do Presidente Jair Bolsonaro, o indígena decide o rumo que irá seguir, sem intermediários ou políticas públicas pautadas em posturas ideológicas“. Dessa forma, a Funai foco em resolver apenas três questões, que são autonomia indígena, segurança jurídica e pacificação de conflitos.
A Funai tem incentivado 1 milhão de índios que vivem no Brasil, com 14% do território do país, a gerar renda em suas terras. Segundo ele, nos últimos três anos foram investidos R$ 40 milhões em tribos, além da entrega de mais de 40 tratores para melhorar a produção.
Para viabilizar todo o trabalho da Funai, seu presidente destacou medidas adotadas pelo governo que economizaram recursos em projetos duvidosos. Um dos projetos cancelados que ele citou em sua entrevista especial foi a da criptomoeda do índio, que destinava R$ 45 milhões para essa intenção.
Segundo o gestor da fundação indígena, esse contrato não era prioritário na instituição, nem atenderia às demandas dessa população.
“A atual gestão da Funai promoveu o leilão de seis aviões considerados irrecuperáveis e inoperantes há mais de uma década. As aeronaves acarretavam despesas anuais aos cofres públicos de quase R$ 50 mil relativas à sua guarda e estadia. Juntos, os aviões foram arrematados pelo total de R$ 629,5 mil. Também realizamos o cancelamento de um contrato firmado em gestões anteriores que causaria um prejuízo de quase R$ 45 milhões à Administração para a criação de uma criptomoeda indígena. Além de não contemplar ações prioritárias da instituição, o projeto não atenderia às reais e urgentes demandas das comunidades indígenas.”
Piada corriqueira de Jair Bolsonaro
Desde que a Funai cancelou o projeto de criptomoeda da instituição, o presidente Jair Bolsonaro já se divertiu com o assunto em suas aparições públicas.
A última vez que ele falou sobre o “Bitcoin dos índios” foi em fevereiro de 2022, quando soltou um palavrão ao comentar a pretensão de gastar recurso público com esse projeto engavetado já no início de sua gestão.
Contudo, essa foi a primeira vez que presidente da Funai comentou sobre o assunto publicamente, indicando que o projeto foi considerado infrutífero pelo gestor da pasta.