O preço do Bitcoin caiu quase 60% este ano e isso levou à especulação de que a moeda digital está morrendo. Em 2021, o bitcoin chegou a ser negociado por 69 mil dólares, mas caiu para cerca de US$ 17.700 em pouco mais de seis meses.
Toda vez que o bitcoin enfrenta quedas, os críticos apontam ser o fim da criptomoeda. De acordo com o site 99 Bitcoins, o bitcoin já foi declarado morto pelo menos 457 vezes, por vários sites de notícias e também especialistas em finanças.
A queda da moeda digital atual reacendeu novas especulações sobre o fim do bitcoin. E isso ficou evidente nas tendências de pesquisa do Google. As buscas pela palavra-chave “ Bitcoin morreu” aumentaram na última semana, alcançando o nível mais alto já registrado.
Se o preço do ouro – ou outra commodity – caísse 60% em seis meses, você perguntaria se o ouro morreu?
Qualquer parte interessada no assunto consideraria os fundamentos do ouro, como oferta e demanda, políticas governamentais e assim por diante. Se todos os fatores fossem positivos, a queda de preço seria uma clara oportunidade. Então, quais são os fundamentos do Bitcoin mais importantes a serem lembrados nos momentos de queda?
Hashrate – Poder de mineração do Bitcoin
“Dificuldade” na mineração de Bitcoin refere-se ao nível de dificuldade que os mineradores devem resolver para encontrar o hash que valida os blocos da rede. Esse nível varia continuamente, aproximadamente uma vez a cada duas semanas, para se adaptar às mudanças no hashrate (poder de computação) e sempre manter o tempo médio necessário para encontrar os hashes e validar os blocos.
Essas dinâmicas, estritamente técnico-operacionais, não afetam os preços de mercado, mas são influenciadas por eles.
Quanto menor o preço do bitcoin, mais reduz a lucratividade da atividade de mineração, já que os mineradores são pagos em bitcoin. Quando isso acontece, os mineradores reduzem o consumo de energia desligando algumas máquinas, reduzindo o hashrate.
De acordo com o site Blockchain.com, apesar da queda do bitcoin, a taxa de hash do Bitcoin está em uma tendência de alta e atingiu um recorde no dia 12 de junho de 2022. Isso significa que a quantidade de poder de computação dedicado a suportar a rede do Bitcoin está chegando perto de seu recorde histórico e que ela nunca foi tão segura.
Em outras palavras, apesar da queda, a rede do bitcoin continua se tornando mais forte e segura.
Fornecimento de Bitcoin
O fornecimento do Bitcoin é limitado a 21 milhões de moedas. A oferta total em circulação atualmente, no entanto, é pouco mais de 19 milhões, com os dois milhões restantes ainda a serem minerados.
Isso torna o Bitcoin o ativo mais difícil de se comprar porque é caro de se produzir e há um limite de mercado.
A adoção do Bitcoin está em alta e cada vez mais empresas estão procurando adicionar algum nível de exposição ao Bitcoin em seus balanços, como fez a Tesla. Esta é uma indicação de que a oferta vai ficar mais apertada.
Regulamentação
Governos do mundo todo estão suavizando sua postura sobre ativos digitais e implementando estruturas regulatórias para capitalizar essa tecnologia.
Enquanto alguns governos, como El Salvador, estão buscando adoção em larga escala, outros estão simplesmente regulando as corretoras de criptomoedas e tributando os ganhos com criptomoedas, como está acontecendo no Brasil.
À medida que mais países estabelecem uma estrutura regulatória para os ativos digitais, mais instituições e indivíduos terão a confiança e as estruturas adequadas para adotar o Bitcoin e outras criptomoedas.
Bitcoin morreu?
Os fatores mencionados acima não mudaram razoavelmente negativamente para suportar uma queda maciça de preços. Existem outros fatores que afetam o preço do Bitcoin, como a correlação com as ações, que podem explicar a queda de preço atual.
Mas os fundamentos relacionados à rede do Bitcoin e seus usos estão melhorando ao longo do tempo. Claramente, os fatores discutidos acima indicam que o Bitcoin não está morto.