O Delegado Geral da Polícia Judiciária Civil (PJC), Mário Dermeval Aravéchia de Resende, e a Diretora da ACADEPOL, Eliane da Silva Moraes, alteraram a grade de ensino obrigatório para novos agentes, incluindo as criptomoedas na formação.
A medida foi anunciada nesta terça-feira (20), por meio do Diário Oficial do Estado de Mato Grosso (DOEMT).
O passo é inédito no Brasil entre as polícias judiciárias, que recentemente passaram por capacitações sobre o tema. Contudo, os treinamentos em criptomoedas ocorreram apenas para agentes que já atuam no campo.
Academia da Polícia Civil torna obrigatório o aprendizado em criptomoedas para três cargos
A Academia de Polícia Judiciaria Civil no Mato Grosso tem um “Projeto Pedagógico” para os novos ingressantes da carreira.
No início de dezembro de 2022, por exemplo, o resultado de um concurso público, para cargos de Escrivão e Investigador, teve seu resultado aprovado.
Todos os aprovados no concurso devem se apresentar quando convocados e, necessariamente, terão de passar por um treinamento. E é justamente tal capacitação que sofreu alterações nos últimos dias, incluindo novos tópicos importantes para a carreira dos policiais que reforçam os quadros.
No caso das criptomoedas, o ensino sobre o tema deve ocorrer para os cargos de Delegado, Escrivão e Investigador. Ou seja, todos os novos agentes da polícia civil devem obrigatoriamente aprender sobre a tecnologia financeira, na área temática de “Inteligência Policial”.
Durante a disciplina que contém as criptomoedas, os agentes também estudam sobre Inteligência financeira, afastamento de sigilo bancário e fiscal, análise de vínculos, entre outros mais.
Estado do Mato Grosso acompanha o desenvolvimento do mercado cripto
No Estado do Mato Grosso, o tema das criptomoedas é conhecido entre alguns agentes públicos.
Em 2020, por exemplo, um artigo publicado pelo Tribunal de Contas do Mato Grosso chegou a dizer que as “Criptomoedas levarão vantagem em relação ao Pix”.
Já em maio de 2022, uma convenção internacional promovida no estado discutia a internacionalização do Mato Grosso por meio das criptomoedas. Isso porque, para pagamentos internacionais, agricultores poderiam se beneficiar de tecnologias como a do bitcoin, que passou por estudos.
Com o possível crescimento da adoção das criptomoedas no Estado, tudo indica que a Polícia Civil também se prepara para acompanhar a realidade com o aprendizado básico sobre o tema já no início da carreira.
Além das polícias civis, a Polícia Federal e membros dos Ministérios Públicos brasileiros têm se capacitado sobre o assunto. O judiciário, por sua vez, conduz estudos sobre bitcoin, contando até com apoio de autoridades dos Estados Unidos em alguns casos.