Citando a implosão da stablecoin da LUNA em maio e o colapso da corretora FTX em novembro, a Casa Branca pediu para que o Congresso americano dê maiores poderes aos reguladores para que estes possam proteger investidores.
Além de citar riscos financeiros, o texto também aponta para questões ambientais, provavelmente referindo-se a mineração de criptomoedas conforme hoje os EUA são o maior polo dessa indústria.
Em setembro do ano passado, a Casa Branca já havia abordado tal tema, destacando que o Bitcoin era responsável pelo maior uso de eletricidade pelo setor. Portanto, a ameaça continua, principalmente agora que o Ethereum abandonou a mineração.
Casa Branca não quer que instituições tradicionais mergulhem nas criptomoedas
Outro ponto destacado pela Casa Branca está relacionado ao envolvimento de instituições financeiras tradicionais com as criptomoedas. Em suma, o documento afirma que limitações evitaram um contágio entre as mesmas.
“A legislação não deve dar luz verde às instituições tradicionais, como fundos de pensão, para mergulhar de cabeça nos mercados de criptomoedas.”
“No ano passado, a exposição limitada das instituições financeiras tradicionais às criptomoedas impediu que a turbulência nas criptomoedas infectasse o sistema financeiro mais amplo”, aponta o texto da Casa Branca. “Seria um grave erro promulgar uma legislação que reverte o curso e aprofunda os laços entre as criptomoedas e o sistema financeiro mais amplo.”
O trecho tem ligação com a ideia de que bancos dos EUA estão sendo pressionados para cortar laços com empresas de criptomoedas. Afinal, ao menos dois grandes bancos foram amplamente afetados pela falência da FTX, precisando pedir ajuda ao Fed para lidar com o prejuízo.
É preciso mais, diz Casa Branca
Destacando que os próprios bancos estão se unindo para “separar ativos digitais” do resto de suas finanças, a Casa Branca afirma que isso não é suficiente, principalmente em questões de lavagem de dinheiro, financiamento ao terrorismo e risco ao consumidor final.
“Mas os eventos do ano passado ressaltam que é preciso mais.”
“O Congresso também precisa intensificar seus esforços”, aponta a Casa Branca. “Por exemplo, o Congresso deveria ampliar os poderes dos reguladores para impedir o uso indevido dos ativos dos clientes — que prejudicam os investidores e distorcem os preços — e para mitigar conflitos de interesse.”
O trecho acima está relacionado a FTX, acusada pela SEC de usar o dinheiro de seus clientes para financiar operações de outra empresa de Sam Bankman-Fried, a Alameda Research.
Portanto, podemos esperar uma regulamentação mais pesada por parte dos EUA, o que pode ser benéfico ao usuário final. Enquanto isso, rumores apontam que a China está tomando o caminho contrário, podendo reabrir-se às criptomoedas. Sendo assim, podemos esperar que o preço do Bitcoin siga o fluxo dessas notícias neste ano.