Um promotor de justiça do Ministério Público da Paraíba ordenou que a Fiji Solutions, empresa suspeita de operar uma pirâmide financeira usando a imagem das criptomoedas, pague seus clientes em até 72 horas.
Em nota aos clientes, a empresa alega que teve seu dinheiro preso pela corretora de criptomoedas Kucoin, ou seja, está impossibilitada de continuar repassando rendimentos aos clientes.
O caso recebeu atenção das autoridades locais, que já acompanhavam o fim da Braiscompany. Essa última, por exemplo, dizia que seu dinheiro estava preso na Binance para justificar os atrasos a clientes.
Possível pirâmide de criptomoedas patrocinava artistas para se promover
Assim como a Braiscompany, a Fiji Solutions vinha operando um possível esquema no mercado de criptomoedas. Para isso, promovia eventos e artistas na Paraíba, em busca de ter sua imagem divulgada para novos clientes.
Um dos clientes indicados pela empresa é Lucas Veloso, que também chegou a ter parceria com a Braiscompany. O humorista hoje alega ter prejuízos na empresa, mas ainda não se pronunciou sobre a Fiji Solutions.
Em comentário pelo próprio Instagram, Lucas Veloso afirmou nesta quarta que ainda não tomou conhecimento do caso, mas confia na justiça.
Além disso, a empresa patrocinou um show de Elba Ramalho com o Maestro João Carlos Martins, em outubro de 2022, o evento Bode na Rua, tradicional em Gurjão, entre outros mais.
Desde a última semana, a empresa atrasa saques aos clientes e não cumpre com acordos. Pressionada, a Fiji Solutions enfim enviou nesta quarta-feira (15) uma nota de esclarecimento aos clientes, dizendo que busca regularizar sua situação.
Veja a nota na íntegra do Ministério Público da Paraíba
O promotor de Justiça e diretor regional do MP-Procon em Campina Grande, Sócrates Agra, confirmou que há um procedimento instaurado (002.2023.009595) naquele órgão para acompanhar uma suposta crise da empresa Fiji Solutions, que negocia com criptomoedas. Segundo o representante do Ministério Público da Paraíba, até o momento, os sócios da empresa atenderam às notificações da promotoria, foram ouvidos, apresentaram as documentações requeridas.
Durante depoimento, um dos sócios ratificou que estaria com problemas técnicos para autorizar repasses, mas apresentou documentação que comprovaria que a empresa dispõe de fundos e liquidez para saldar os compromissos com os investidores.
“Recomendamos que a empresa empreenda – por todos os meios legais necessários – todas as tratativas junto à Kucoin para solução da demanda existente e pagamento aos clientes, no prazo de 72 horas, e que comprove, ao Ministério Público, todos os atos realizados para solução da problemática existente, e que apresente cópia dos documentos pessoais dos sócios da empresa (Identidade, CPF e Passaporte). Continuaremos acompanhando essa e outras situações envolvendo empresas de criptomoedas atuando na região a fim de garantir, no que couber ao Ministério Público, os direitos dos consumidores”, explicou Sócrates Agra.
Os sócios da empresa também foram advertidos de que, na hipótese de não atendimento ao que foi recomendado, o MP-Procon poderia adotar providências administrativas e judiciais cabíveis, entre elas o ajuizamento de ação civil pública contra diretores e administradores, aplicação de multas (Art. 56, I, CDC) e interdição das atividades do estabelecimento.