Por Jefrey Santos, CTO e cofundador do Capitual
Sabemos que economia está passando por mudanças significativas, impulsionada pesadamente pelas inovações tecnológicas e pela globalização. As moedas digitais, mais especificamente as CBDCs (Central Bank Digital Currency,) são um dos atores deste cenário.
Como o próprio nome diz, o banco central do país é o responsável pelo seu desenvolvimento, emissão e gerenciamento de seu sistema. A regulação do governo garante maior estabilidade no processo e segurança para a sua adoção pelo mercado tradicional.
O diferencial das CBDCs está baseado na incorporação de novas tecnologias, como o sistema blockchain. As inovações possibilitam pagamentos feitos de forma instantânea, sem a necessidade de intermediários como bancos ou processadores de pagamentos, além da redução dos custos das transações financeiras e mais transparência ao sistema.
Acompanhamos as mudanças significativas pelas quais vêm passando a economia e acreditamos que as CBDCs podem ser a ponte que conecta as economias nacionais, tornando-as mais integradas e interconectadas. As moedas digitais poderão aumentar a inclusão financeira em todo o mundo e, portanto, em países com dimensões continentais como o Brasil.
Dados do World Bank mostram que a pandemia do COVID-19 aumentou a procura por meios de pagamentos digitais. Ainda assim, 1,4 bilhão de indivíduos economicamente ativos não possuem conta bancária ou cartão de crédito.
Os chamados “desbancarizados” são majoritariamente compostos por mulheres e por indivíduos com menor nível de escolaridade, menor renda e moradores de zonas rurais. Essas pessoas participam da exclusão financeira, que pode ser minimizada com as moedas digitais. O PIX é um bom exemplo de como a tecnologia pode simplificar processos e beneficiar milhões de pessoas em todos os segmentos.
Há muitos desafios a serem vencidos e a implementação das CBDCs exige um trabalho significativo de infraestrutura e regulação, além de questões cibernéticas.
Vemos com otimismo os passos firmes do Banco Central do Brasil nessa direção, concretizados com o desenvolvimento do PIX e com a condução do processo do LIFT Challenge, que selecionou nove projetos de um total de 47 propostos para desenvolver casos de uso para o Real Digital.
É importante que governos e instituições financeiras continuem a investir em tecnologia. Por meio dela poderemos revolucionar a forma como as transações financeiras são realizadas, combater a exclusão financeira, prevenir atividades ilegais e fortalecer a economia global, tornando-a mais integrada e inclusiva.
Trabalhando em conjunto havemos de superar os desafios e criar um sistema financeiro mais justo, eficiente e inclusivo para todos.