O desenvolvedor anônimo do bitcoin, conhecido como “0xB10C”, emitiu um alerta sobre um atitude suspeita de uma possível empresa na rede da moeda digital. De acordo com sua análise, a entidade estranha tenta vincular transações de bitcoin a IPs, que são números que identificam computadores na internet.
Caso tenha sucesso, pode colocar em risco a privacidade dos usuários da rede bitcoin, com análises de blockchain.
Para o desenvolvedor, a ação pode estar em curso por uma empresa que oferece serviços de rastreamento de transações, que espera melhorar seu produto. Segundo ele, a lógica de transações P2P deve ser revista pela comunidade, para lidar com o problemas antes que algum problema aconteça.
Desenvolvedor do bitcoin publicou seu estudo para todos os interessados
Nos últimos anos, muitas empresas de análise de blockchain surgiram no mercado. Entre os nomes mais conhecidos, a Chainalysis, CipherTrace, entre outras surgiram com ferramentas que ajudam tanto em investigações criminais quanto no compliance de transações com bitcoin e outras criptomoedas.
Mas de acordo com “0xB10C”, uma entidade que ele reconhece como LinkingLion tem analisado as transações da rede com cuidado, buscando vincular IPs a elas.
Uma entidade que chamo de LinkingLion, ativa desde 2018 e em uma lista de banimento do Monero, está abrindo conexões para muitos nodes de Bitcoin da clearnet. Presumivelmente, está tentando vincular transações a IPs de nodes. Talvez uma empresa de análise de cadeia tentando aprimorar seu produto?
An entity I call LinkingLion, active since 2018 and on a Monero banlist, is opening connections to many clearnet Bitcoin nodes. Its presumably attempting to link transactions to node IPs. Maybe a chain analysis company trying to enhance its product?https://t.co/W4PDoln3p3
— 0xB10C (@0xB10C) March 28, 2023
Após o alerta, o desenvolvedor publicou algumas soluções que poderiam ser adotadas pela comunidade para evitar o problema.
Mesmo assim, ele reconhece que a entidade poderia facilmente contornar suas propostas e voltar a auditar as transações. Por fim, ele entende que “resolver o problema raiz requer mudanças mais profundas na lógica P2P no bitcoin“.
Quem utiliza o node com TOR não corre tantos riscos
Apesar dos novos riscos que podem afetar transações de bitcoin, o desenvolvedor investigou a atividade de nodes configurados com TOR. Assim, ele entende que esses agentes não correm riscos de terem seus IPs vazados para a entidade estranha, se configurados corretamente.
“Transações transmitidas por redes de privacidade como o Tor não são afetadas se feitas corretamente. Uma estratégia é transmitir uma transação para um nó na rede Tor usando uma nova conexão e, em seguida, fechar a conexão logo em seguida. Algumas carteiras Bitcoin com forte foco na privacidade implementam recursos semelhantes. Atualmente não está implementado na carteira Bitcoin Core. Ferramentas como bitcoin-submittx podem ser úteis.”
De qualquer forma, o caso repercutiu na comunidade bitcoin e já começa a ser melhor estudado, para prevenir que um possível fim da privacidade das transações ocorra. O estudo completo do desenvolvedor está disponível em seu site.