A polícia civil de Santa Catarina apreendeu 15 carros de luxo de uma pirâmide de criptomoedas que mantinha uma sede em Florianópolis. De acordo com as investigações, a empresa fraudulenta, que não teve o nome revelado, prometia retornos fixos mensais de 20% a 40%.
Chamada Operação Cripto X, deflagrada na manhã da última quinta-feira (6), encerrou o esquema. Cumpriram mandados a Delegacia de Defraudações e a Delegacia de Investigações à Lavagem de Dinheiro, ambas da DEIC, juntamente com a 29ª Promotoria de Justiça do MPSC.
Além dos 15 carros de luxo apreendidos, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão. Contudo, ninguém foi preso durante a operação.
Delegado da polícia civil acredita em rombo bilionário de pirâmide de criptomoedas
O delegado Leonardo da Silva, da Delegacia de Defraudações da DEIC, disse que a operação Cripto X teve como alvo uma empresa de criptomoedas que prometia lucros de 40% para os investidores.
“Ao todo foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão e apreendidos 15 carros de luxo.”
As apreensões dos veículos e um jet-ski resultaram na apreensão de bens avaliados em R$ 3,5 milhões.
O delegado informou que foram decretadas medidas cautelares para retenção do passaporte dos investigados, impossibilitando que eles se ausentem da comarca. Os investigados também estão impedidos de operar no mercado financeiro ou com qualquer operação de investimento.
Já o Diretor da DEIC, Delegado Daniel Régis, pede que os investidores se atentem a crimes de estelionato.
“Além da organização criminosa e crimes de estelionato vão responder também pela lavagem de capitais. A gente aprofunda as investigações e acaba atingindo patrimônio não só desses indivíduos, mas também de interpostas pessoas pelas quais eles, eventualmente, possam ter escondido o patrimônio.”
Cinco líderes da empresa já fugiram do Brasil
Foi constatado que cinco investigados já deixaram o país, sendo que alguns deles estão residindo em Dubai e na Florida (EUA). Participaram da operação 30 policiais civis. As investigações seguem no intuito de identificar demais vítimas e envolvidos.
O Promotor de Justiça, do MPSC Wilson Paulo Mendonça Neto, enalteceu a agilidade da Polícia Civil.
“A ação é importante forma de reter patrimônio dos investigados para tentar reverter dos prejuízos das vítimas. As investigações agora continuam para possibilitar em breve a deflagração das ações penais e civis pertinentes e a responsabilização dos investigados.”
Com o desmoronamento da dita pirâmide, o principal investigado fechou os escritórios da empresa em Florianópolis e não manteve mais contato com as pessoas supostamente por ele lesadas, deixando milhões de reais de prejuízo para inúmeras vítimas que confiaram seu dinheiro a ele. Estima-se que a empresa teria mais de 7,5 mil clientes e movimentado cerca de R$ 900 milhões. Foram identificadas, até o momento, 15 possíveis vítimas que teriam perdido cerca de R$ 1,5 milhão. As informações são do MPSC e PCSC.