Citi revela previsões desanimadoras para as criptomoedas no curto prazo

Após meses de drama em torno do teto da dívida dos Estados Unidos, os mercados parecem estar se recuperando. No entanto, os detentores de ativos de risco, como criptomoedas, podem enfrentar um novo desafio à medida que o Tesouro dos EUA busca reconstruir seu saldo de caixa esgotado.

Com uma estimativa de US$ 1 trilhão em títulos do Tesouro sendo emitidos, essa inundação de oferta pode ter um impacto significativo no mercado de criptomoedas.

Estrategistas do Citi Research alertaram que a redução iminente das reservas de caixa do Tesouro dos EUA pode criar um vento contrário para os ativos de risco, como Bitcoin e outras criptomoedas.

Novos desafios para Bitcoin

O Citi analisou o desempenho das criptomoedas durante períodos anteriores e descobriu que eles são vulneráveis a maior volatilidade e retornos mais fracos. Portanto, as perspectivas de curto prazo para as criptomoedas não parecem muito otimistas.

A Conta Geral do Tesouro (TGA), responsável por guardar dinheiro para o Tesouro dos EUA, aumentou durante a pandemia e agora está em seu nível mais baixo.

Para pagar suas obrigações, o Tesouro precisará reabastecer sua reserva de caixa cada vez menor por meio da venda de títulos.

Esse excesso de oferta pode levar à redução da liquidez no setor bancário e ao aumento das taxas de financiamento de curto prazo em uma economia que muitos acreditam que possa entrar em recessão.

Perspectivas de curto prazo não parecem muito otimistas

A situação não é favorável para os investidores de criptomoedas, que estão se recuperando dos temores em torno do teto da dívida dos EUA. Embora o Bitcoin tenha apresentado um aumento recente, seu preço ainda está estagnado em torno de 27 mil dólares, sendo incapaz de romper a barreira dos US$ 30 mil há várias semanas.

Os estrategistas do Citi ressaltam que o mercado de criptomoedas também será afetado pelas preocupações relacionadas à inadimplência do governo dos EUA.

Embora o Bitcoin tenha apresentado bom desempenho em meio a problemas nas instituições financeiras tradicionais, como a turbulência bancária em março, os riscos de inadimplência de uma instituição tão impactante como o governo dos EUA podem não ser favoráveis para os ativos digitais descentralizados.

Enquanto os investidores aguardam a resolução dessa situação, o Bitcoin continua a operar em uma faixa de negociação limitada. Sua volatilidade de curto prazo está baixa, mas a volatilidade implícita das opções tem apresentado queda.

Volume de bitcoin em queda

Os produtos negociados em bolsas de Bitcoin estão vendo saídas constantes, e os volumes de Bitcoin estão diminuindo tanto no mercado à vista quanto nos futuros.

No entanto, o Senado dos EUA aprovou recentemente uma legislação para suspender o teto da dívida do país e impor restrições aos gastos do governo até as eleições de 2024.

Essa medida, caso seja assinada pelo presidente Joe Biden, poderá aliviar parte da pressão sobre os mercados, trazendo um novo impulso para o Bitcoin e outras criptomoedas.

Apesar dos desafios atuais, o Bitcoin teve um desempenho positivo ao longo do ano, com uma recuperação de cerca de 60% desde o início de 2023.

No entanto, o cenário macroeconômico incerto e os temores de recessão continuam a influenciar o mercado. Os investidores estão à espera de sinais do banco central dos EUA para impulsionar novamente o Bitcoin e levar a um novo aumento de preços.

Enquanto isso, os detentores de criptomoedas permanecem atentos às próximas decisões e desenvolvimentos econômicos que podem afetar o mercado. A regulamentação e a definição clara dos mercados de criptomoedas também são fatores importantes a serem considerados no futuro.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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