O Faraó dos bitcoins fará o seu primeiro depoimento público desde que foi preso pela Polícia Federal, na Operação Kryptos, em 2021. A sua participação acontecerá junto a CPI das Pirâmides Financeiras de criptomoedas, nesta quarta-feira (12), a partir das 13 horas.
Para viabilizar a participação de Glaidson Acácio dos Santos na CPI, os deputados federais enviaram um ofício para a Justiça Federal do Paraná. Vale lembrar que o faraó está detido em um presídio federal em Catanduvas, desde janeiro de 2023.
A justificativa da solicitação envolve que o fato de que Glaidson integra uma organização criminosa.
Veja os detalhes da solicitação que pede que o Faraó dos bitcoins fale na CPI das Pirâmides Financeiras
Desde que a PF prendeu Glaidson, o dono da GAS Consultoria negou ter criado uma pirâmide financeira, alegando que as promessas de 10% ao mês envolvia as atividades de trade de criptomoedas.
Contudo, tanto Glaidson quanto Mirelis Zerpa, sua esposa venezuelana foragida, seguem investigados pela possível criação de uma organização criminosa de criptomoedas no Brasil.
Além disso, a PF e autoridades da polícia civil do Rio de Janeiro apuram a criação de um grupo armado pelos suspeitos, que atentava contra concorrentes na região.
Para a reunião da CPI das Criptomoedas marcada para esta quarta (12), o deputado federal Aureo Ribeiro (SD-RJ) pediu ajuda da justiça federal com urgência.
“Na condição de Presidente desta Comissão Parlamentar de Inquérito, criada pelo Requerimento RCP 04/2023, destinada a investigar indícios de práticas ilícitas cometidas no período de 2019 a 2022 por empresas de serviços financeiros que alegavam alocar recursos de seus clientes em criptoativos, com fundamento no art.58, §3º da Constituição Federal c/c o art.36 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, solicito o auxílio de Vossa Excelência com vistas ao cumprimento, com urgência, da convocação anexa relativa ao investigado GLAIDSON ACACIO DOS SANTOS, cujo depoimento será realizado no dia 12 de julho de 2023, às 13 h, por videoconferência, pelos motivos expostos a seguir.”
Deputados dizem que deslocamento de Faraó dos bitcoins para Brasília é um risco a segurança pública nacional
Em justificativa sobre Glaidson participar da CPI das Pirâmides Financeiras apenas de forma remota, os deputados indicaram que seria um risco à segurança nacional uma possível visita do suspeito em Brasília.
“O deslocamento físico a esta capital federal representaria risco à segurança pública, além de dificultar sobremaneira a realização de sua oitiva por parte desta Comissão Parlamentar de Inquérito”, diz trecho de documento oficial.
Ao todo, três requerimentos de deputados federais pediam a convocação do Faraó dos bitcoins na CPI.
Os clientes da empresa seguem no aguardo se um dia conseguirão resgatar seus patrimônios, visto que R$ 400 milhões em DASH do faraó encontrados pela PF seguem trancados em uma carteira.