Único país da América do Sul a censurar duramente o mercado de criptomoedas, a Bolívia agora vê surgir uma comunidade interessada em romper a proibição imposta pelo governo.
Desde 2014, a Bolívia é um país que mantém a proibição para que sua população negocie criptomoedas e bitcoin. A medida anunciada pelo Banco Central boliviano indicava que, como as criptomoedas não possuem curso legal, não são permitidas no país.
Por conta das restrições, a população não tem corretoras e nem outras empresas do mercado cripto funcionando no país. Assim, que demonstra interesse no assunto, deve recorrer a empresas estrangeiras para negociar suas moedas digitais.
Mas as redes podem se apresentar como saídas para a restrição local, imposta pelo governo local, acreditam membros da comunidade Ethereum.
Membros da comunidade Ethereum na Bolívia tentam romper proibições ao mercado de criptomoedas
Em conversa com o portal CryptoConexion, um membro da comunidade Ethereum na Bolívia declarou que pretende ajudar a levar a tecnologia a mais pessoas. Criada em 2022, a comunidade começou a realizar eventos em 2023.
Vale lembrar que divulgar as criptomoedas, ou fazer publicidade com o mercado cripto, pode acarretar penalidades aos envolvidos.
De qualquer forma, os entusiastas estão promovendo apenas discussões sobre a tecnologia Ethereum, no formato de meetups. O fundador do projeto, Nico Gallardo, apresentou em 2022 no ETH Barcelona sua realidade na Bolívia, quando acabou sendo convencido a criar comunidades em seu país.
De acordo com ele, o primeiro encontro do Ethereum Bolívia reuniu 150 pessoas em La Paz, capital do país, mostrando haver um interesse crescente na tecnologia entre as pessoas.
O líder do grupo não teme problemas com as autoridades locais, lembrando que não trabalha com negociação das criptomoedas, mas com iniciativas de educação sobre a tecnologia.
Projeto de lei deve amenizar proibição, acreditam entusiastas locais
Em sua entrevista, Nico lembrou que um recente projeto de lei apresentado na Bolívia poderá amenizar as proibições ao mercado de criptomoedas. Mesmo assim, os bancos do país seguem proibidos de se envolver com empresas do mercado, dificultando o acesso a investidores.
Além disso, ele acredita que a dificuldade de acesso ao Dólar na Bolívia está tornando as criptomoedas mais famosas, visto que a população se aglomera em filas nos bancos e não conseguem obter muitas moedas norte-americanas.
Em maio de 2023, o presidente da Bolívia, Luis Arce, concordou com o presidente do Brasil, Lula, sobre a questão dos países começarem a evitar o uso de Dólar em transações comerciais. No entanto, o bitcoin segue banido pelo governo, embora a população local comece a ver sentido na moeda digital descentralizada.
