Em um artigo de opinião publicado no Portal do Investidor, no site oficial da CVM, um autor discorreu sobre um efeito chamado viés de ancoragem em preços e valores, que podem afetar as criptomoedas e outros ativos.
No texto, o autor se concentra em explicar que o avanço da tecnologia no setor financeiro tem causado impacto direto nas decisões dos investidores. Assim, há uma mudança de comportamento associada a chegada de novidades, que podem não ser saudáveis.
Entre os principais motores da evolução estão a internet, acesso a dispositivos móveis e outras soluções digitais. Tudo isso modifica a forma como as pessoas lidam com dinheiro e instituições financeiras.
Autor sugere que finanças digitais impactam principalmente em quatro pontos o comportamento dos investidores
Ao analisar os novos comportamentos de investidores em um ambiente de finanças digitais, o autor Ronaldo Souza deixou claro haver quatro pontos importantes para análise.
O primeiro é a facilidade de acesso e o viés do imediatismo. Isso significa, em resumo, que a informatização das finanças trouxe conveniência sem precedentes, mas o viés do imediatismo é um risco real. Acesso fácil a crédito e compras via aplicativos pode levar a decisões financeiras impulsivas, prejudicando metas de longo prazo.
Em segundo lugar, a influência das emoções nas decisões financeiras é outro ponto sob análise. Isso porque, a digitalização financeira intensifica o impacto das emoções nas escolhas. Com isso, a rapidez das transações pode levar a decisões influenciadas pelo medo ou ganância, prejudicando estratégias racionais de investimento e planejamento financeiro.
O terceiro ponto abordado envolve o efeito das interações sociais nas escolhas financeiras. Mídias sociais, por exemplo, conectam indivíduos, mas podem influenciar negativamente decisões financeiras. Compartilhamento online de dicas financeiras e hábitos de consumo pode levar a escolhas baseadas na busca de aceitação social, ignorando situações financeiras pessoais.
Por fim, o quarto comportamento importante envolve a procrastinação e falta de planejamento financeiro. O texto indica que, embora as finanças digitais ofereçam facilidades, muitos adiam o planejamento. Procrastinação financeira pode levar a endividamento, poupança insuficiente e dificuldade na realização de metas financeiras, inclusive aposentadoria.
Em principais vieses comportamentais nas finanças digitais, autor destaca viés de ancoragem de preços em criptomoedas
A tendência de ancorar decisões financeiras a informações iniciais, como preços passados de ativos e criptomoedas, é amplificada nas finanças digitais. Investidores podem cometer erros ao se fixarem em históricos, ignorando dados atualizados, levando a escolhas inadequadas e oportunidades perdidas. A este fenômeno, o autor dá o nome de Viés da ancoragem em preços e valores.
Outros três vieses trabalhados durante o artigo envolvem o “viés da disponibilidade e efeito de exclusividade”, “viés da aversão à perda e inércia financeira” e, por fim, o “viés do excesso de confiança e investimentos de risco”.
O autor conclui seu estudo, publicado no site da CVM, afirmando que as finanças digitais representam avanços importantes, mas que investidores devem tomar cuidado com vieses comportamentais nocivos.
“Em conclusão, as finanças digitais representam um avanço significativo no mundo financeiro, proporcionando comodidade e agilidade aos usuários. No entanto, para aproveitar plenamente os benefícios dessas tecnologias, é fundamental compreender e enfrentar os vieses comportamentais que podem influenciar negativamente as decisões financeiras. A busca pela educação financeira, o autocontrole emocional e o planejamento estratégico são os pilares para alcançar uma gestão financeira mais consciente e responsável no ambiente digital. Somente assim, os indivíduos poderão trilhar o caminho rumo a uma saúde financeira sólida e sustentável no mundo moderno das finanças digitais.”
Leia aqui o artigo completo no site da CVM.