Autoridades da Índia prenderam Aleksej Besciokov (46), um lituano que fundou e operava a corretora de criptomoedas Garantex, nesta quarta-feira (12). Antes disso, o FBI divulgou uma ação global contra a corretora, derrubando seu site e congelando seus fundos.
Segundo informações da mídia internacional, Besciokov foi preso na cidade litorânea de Varkala enquanto aproveitava às férias com a sua família.
A empresa de segurança Elliptic aponta que a Garantex processou mais de US$ 60 bilhões em transações desde que a Rússia foi sancionada em 2022. Além de russos do alto escalão, driblando sanções, hackers norte-coreanos também teriam usado a corretora para lavar fundos oriundos de roubos.
Lituano estava na lista dos mais procurados pelo Serviço Secreto dos EUA
Conforme Aleksej Besciokov foi preso sob a lei de extradição da Índia, espera-se que o fundador da Garantex seja extraditado para os EUA em breve. O lituano já se encontrava na lista dos mais procurados do Serviço Secreto americano e foi processado no final do mês passado.
Nessa mesma lista também aparece Aleksandr Mira Serda, outro lituano residente da Rússia que aparece no mesmo processo de Besciokov por seu envolvimento na Garantex. No entanto, ele segue foragido.
Antes mesmo do processo, a Tether já havia congelado R$ 161 milhões em USDT da corretora. Na data, a Garantex declarou que “a Tether entrou em guerra contra o mercado de criptomoedas russo”.
Autoridades americanas derrubaram o site da corretora logo em seguida. A operação contou com o apoio do Serviço Secreto, Departamento de Justiça e do FBI, bem como de autoridades da Alemanha, Holanda, Finlândia, Estônia e da Europol.
Banco Central da Rússia inicia testes com criptomoedas
Em paralelo a isso, o Banco Central da Rússia enviou uma proposta de regulação das criptomoedas para o governo russo também nesta quarta-feira (12).
Segundo o texto, os testes seriam realizados com investidores “extremamente qualificados” cujos investimentos ultrapassem a faixa de 100 milhões de rublos (R$ 6,7 milhões), dentre outros requisitos.
“Propõe-se permitir que um grupo limitado de investidores russos compre e venda criptomoedas. Para isso, pretende-se estabelecer um regime jurídico experimental com duração de três anos.”
“A introdução do RJE visa aumentar a transparência do mercado de criptomoedas, estabelecer padrões para a prestação de serviços nesse setor e ampliar as oportunidades de investimento para investidores experientes dispostos a assumir riscos elevados”, continua o texto.
A jogada parece ser uma forma do governo apoiar empreendedores locais a driblar sanções vindas dos EUA e da União Europeia.
No entanto, o texto cita que o BC não reconhece as criptomoedas como meio de pagamento e propõe o banimento do comércio de criptomoedas entre indivíduos.
Por fim, vale notar que os EUA também estão tentando fazer com que Rússia e Ucrânia chegam a um cessar-fogo, o que poderia trazer os russos de volta para o mercado aberto. De uma forma ou outra, a Rússia deve continuar negociando e usando criptomoedas.
