Chris Murphy, senador americano, apresentou uma proposta nesta terça-feira (6) para proibir que políticos lucrem com criptomoedas. Chamada “Lei MEME” (Modern Emoluments and Malfeasance Enforcement), o projeto cita o envolvimento de Donald Trump com as memecoins.
Segundo estudo publicado neste mês de maio, Trump teria lucrado US$ 2,9 bilhões com criptomoedas nos últimos meses. Em defesa, o presidente americano disse que nem sequer olhou para seus lucros.
Ao contrário de outros políticos americanos, presidentes possuem uma isenção na lei de conflito de interesse. Portanto, isso explica porque Trump mergulhou no mundo das criptomoedas enquanto está impulsionando o setor.
Senador dispara contra Trump e seus lucros com memecoins
Após ter usado o Bitcoin como um dos principais temas em sua campanha eleitoral, Donald Trump lançou duas memecoins próximo a sua posse presidencial, uma homônima e outra ligada à sua esposa, Melania.
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Para o senador Chris Murphy, Trump não apenas está lucrando com isso, como também pode estar usando essas moedas para negociar com russos e sauditas.
“Três dias antes da posse, o ex-presidente Donald Trump lançou a $TRUMP, uma memecoin ou ativo digital sem valor intrínseco”, iniciou o senador Murphy. “A moeda disparou em valor após um lançamento limitado e impulsionou temporariamente o patrimônio líquido de Trump para mais de US$ 50 bilhões.”
“Não há como saber quem está comprando a moeda, deixando totalmente aberta a possibilidade de bilionários, oligarcas russos e príncipes sauditas adquirirem secretamente $TRUMP para enriquecer diretamente o presidente em troca de favores.”
O texto também nota que Trump ofereceu um jantar exclusivo para os 220 maiores detentores de sua memecoin, o que fez seu preço explodir. Indo além, 25 deles receberiam um “passe VIP especial” para fazer um tour na Casa Branca.
“Apenas nos dois dias seguintes ao anúncio do jantar, Trump e seus aliados lucraram quase US$ 900 mil somente com taxas de negociação”, comentou Murphy.
Como solução, o senador apresentou a “Lei MEME”, um acrônico em inglês para “Aplicação Moderna das Recompensas Indevidas e da Repressão à Má Conduta”, proibindo que políticos americanos se envolvam com criptomoedas.
“A Lei MEME proibiria o presidente, o vice-presidente, membros do Congresso, altos funcionários do Poder Executivo e seus cônjuges e filhos dependentes de emitir, patrocinar ou endossar títulos, futuros, commodities ou ativos digitais.”
Finalizando, Murphy aponta que “a memecoin de Trump é o ato mais corrupto já cometido por um presidente”.
A proposta também foi apoiada pelo deputado americano Sam Liccardo que, em nota, afirmou que mais preocupante que as ações de Trump é o silêncio dos Republicanos.
“Desde então, soubemos que a família Trump arrecadou centenas de milhões em taxas, que 220 investidores da $TRUMP foram convidados para um jantar exclusivo na Casa Branca, e que Abu Dhabi investiu US$ 2 bilhões por meio da stablecoin da Primeira Família. Essa corrupção descarada precisa acabar”, disse Liccardo.
No momento desta redação, a memecoin TRUMP é a 43ª maior criptomoeda do mercado.
