Em meio a busca por desenvolvimento, o Banco Central da Argentina anunciou que está conduzindo testes com a tecnologia blockchain do Bitcoin. O grave momento de pandemia, do novo coronavírus, motivou a busca pela inovação digital.
A tecnologia blockchain é de fato uma das principais inovações dos últimos anos. O assunto veio a tona desde o lançamento do Bitcoin, maior moeda digital do mundo, que utiliza a blockchain em sua rede. O Bitcoin, por exemplo, é considerado uma blockchain pública, com transações sendo auditadas por qualquer interessado.
Contudo, os testes do Banco Central da Argentina estão sendo realizados em parceria com a IOVLabs. A empresa, que atua em vários países, busca aprimorar alguns processos do BCAR, de forma descentralizada.
BC da Argentina promove testes com a tecnologia blockchain
A Argentina tem visto movimentos conduzidos por seu Banco Central no caminho da inovação. De acordo com um comunicado recente, a parceria envolve vários bancos do país sul-americano.
Uma prova de conceito (PoC) está sendo feita pelo BCAR, que busca validar a inovação. Utilizando a tecnologia blockchain RSK, “permitiria a rastreabilidade de ponta a ponta das reivindicações de débito em conta“.
O anúncio foi feito no último dia 16, diretamente da capital Buenos Aires, pela empresa parceira IOVLabs. A iniciativa para implementar a inovação é chamada de Blockchain Group, composto por várias empresas grandes e até internacionais.
Blockchain Group, composto por IOV Labs, Sabra Group, Banco de Córdoba, BBVA, ICBC, Banco Santander, a BYMA, a Interbanking e a Red Link
A inovadora solução está sendo realizada através da blockchain do Bitcoin, utilizando o protocolo RSK. Como uma solução de camada, assim como a Lightning Network, a RSK permite a criação de smart contracts (contratos inteligentes) na rede Bitcoin.
Enquanto Banco Central da Argentina testa blockchain do Bitcoin, no Brasil se fala em PIX
Os atores envolvidos no projeto argentino estão entusiasmados com os testes em condução. De acordo com comunicado da IOVLabs, a possibilidade de aplicações com a blockchain são ampliadas.
Para Diego Gutiérrez Zaldívar, CEO da IOV Labs, o momento é promissor para os testes. Além disso, busca avaliar os custos, aplicações, potenciais de uso e quem poderia utilizar o sistema.
Estamos convencidos de que, ao implementar esse tipo de plataforma, o sistema financeiro poderá construir um ecossistema integral e colaborativo, alinhado aos atuais avanços tecnológicos modernos e a par dos sistemas financeiros mais inovadores do mundo. Dadas as circunstâncias globais que estamos enfrentando, precisamos agora mais do que nunca usar a tecnologia para otimizar processos e fornecer melhores serviços aos nossos cidadãos
Enquanto o Banco Central da Argentina realiza testes com a rede Bitcoin, no Brasil se fala em PIX. O sistema seria uma maneira que o BC brasileiro arrumou para inovar o cenário no país.
Em uma conversa na última segunda (20), Roberto Campos Neto reafirmou o compromisso com o PIX. De acordo com o presidente do Banco Central do Brasil, o sistema será lançado em 2020, mesmo com a pandemia do COVID-19.
Companhia de gás natural também está testando rede Bitcoin
Se o Banco Central da Argentina olha com carinho para aplicações com Bitcoin, o cenário é promissor também entre empresas. Uma das nove companhias argentinas de gás natural, a Gasnor SA, está testando os contratos inteligentes RSK. No comunicado de imprensa, o CIO da Gasnor, Carlos Amín compartilhou sua visão.
“A implementação da solução blockchain construída sobre RSK e RIF e desenvolvida pelo Grupo Sabra é um marco fundamental para nossa organização que permitirá otimizar nossos processos, reduzir custos, melhorar o tempo de colocação no mercado e, o mais importante, proporcionar uma experiência de usuário muito melhor”
Na condução destes projetos estão, principalmente, as empresas IOVLabs e o Grupo Sabra, este último com sede na Argentina. A tendência é que a adoção do Bitcoin na Argentina cresça mais ainda com as aplicações.
Na Argentina, inclusive, o movimento de adoção de criptomoedas é um dos maiores da América Latina, ao lado da Venezuela. Coincidentemente, são os mais afetados pela alta inflação na região. O Bitcoin surgiu para substituir os bancos centrais, ou seja, os testes em condução pelo BC da Argentina são no mínimo, interessantes.