A última vez que o preço do Bitcoin estourou no mercado, com sentimento extremamente otimista, o movimento foi agressivo. De fato, é comum ver no mercado de criptomoedas arrancadas ferozes, que levam o preço a alturas em pouco tempo.
Quem já acompanha o mercado de criptomoedas há um tempo, lembra bem que o ano de 2017 foi o auge do setor. Isso porque, além da valorização meteórica do Bitcoin, várias altcoins tiveram altas milagrosas, que talvez nunca mais serão vistas da mesma forma.
Alguns apontam que naquela ocasião o mercado estava com um comportamento de bolha, com otimismo exagerado. Contudo, em 2018 o mercado sofreu uma forte correção, comportamento este que um analista em entrevista para a Forbes afirmou recentemente que corrigiu as anomalias de mercado.
Mesmo com a correção da especulação exacerbada com as criptomoedas, o mercado vê crescer um indicador. Segundo um estudo publicado na última segunda (29), o início de uma nova corrida de touros pode estar no radar.
🔔 Entre em nosso grupo no WhatsApp e fique atualizado.
Última vez que preço do Bitcoin estourou, movimento começou em 2016
Nessa terça (30), mais um ciclo se encerra para o Bitcoin, com o fim do primeiro semestre de 2020 finalizando. Apesar das quedas recentes dos últimos dias, o preço do Bitcoin tem tido um bom comportamento no ano, com valorização frente várias divisas.
Em relação ao Real, por exemplo, o Bitcoin já ganhou 74% de valor, desde o primeiro dia do ano. Ao iniciar 2020 cotado há R$ 29 mil, o preço do Bitcoin hoje segue oscilando entre R$ 49 e R$ 50 mil. A forte alta no Brasil foi ajudada por um real fraco em relação ao dólar.
Além disso, o Bitcoin ganha em relação à divisa norte-americana (USD) mais que 27% hoje. Ao iniciar 2020, o Bitcoin valia cerca de U$ 7200, mas hoje segue cotado em U$ 9200.
Contudo, a empresa de pesquisa em criptomoedas glassnode lançou um estudo sobre o momento do Bitcoin na chegada ao meio do ano. De acordo com levantamento da empresa, o Bitcoin teve queda no preço nas últimas semanas e as métricas on-chain também tiveram problemas.
Isso porque, ao criar um índice de desempenho do Bitcoin, a glassnode atribuí notas de 0 a 100 para a moeda digital. Mas a empresa apontou que o Bitcoin está com nota 55, após uma dura queda no sentimento positivo dos investidores.
Mesmo com queda no curto prazo e sentimento negativo, indicador poderá causar estouro
Sim, o Bitcoin caiu bastante nas últimas semanas, registrando hoje queda de -2% nos últimos 14 dias. Entretanto, a glassnode apontou que o sentimento está positivo em relação ao Bitcoin pela quinta semana consecutiva, indicando que no longo prazo os traders ainda acreditam no bom desempenho do preço.
De acordo com o estudo da glassnode, ver a estabilidade na confiança por cinco semanas seguidas é importante para o Bitcoin. E muito desse sentimento positivo se deve aos hodlers (holders), que são aqueles investidores de longo prazo, que compram e guardam moedas.
Apesar dos ganhos não serem imediatos pelo crescimento dessa estratégia, no longo prazo o cenário pode ser promissor. Ou seja, aqueles que comprarem e guardarem Bitcoin hoje, poderiam receber um prêmio pela acumulação no longo prazo.
Essa estabilidade contínua, dentro e fora da cadeia, é um bom sinal para o BTC. O comportamento de Hodling está atingindo novos patamares, sugerindo que os investidores antecipam um crescimento ascendente. Embora esse sentimento otimista não se traduza necessariamente em ganhos imediatos pelo preço do BTC, a perspectiva de longo prazo é otimista.
Tendência de holders é de longo prazo e perspectiva é importante
A glassnode identificou que a tendência dos holders de Bitcoin é de longo prazo, com novos recordes sendo alcançados por esses investidores. Isso porque, há um ano, 61% dos Bitcoins não são movidos pelos detentores dessas moedas.
Esse padrão indica que apenas 39% de todos os Bitcoins criados foram movidos no último ano. Traduzindo em números para você, dos 18418 milhões de Bitcoins criados até hoje, cerca de 7 milhões foram usados em transações, estando os demais 11 milhões de BTCs guardados em carteiras.
Analisando o período de 2 anos, a glassnode indica que apenas 44% de todas as moedas foram movidas. O detalhe é que poucos podem imaginar que essa acumulação já foi vista na história do Bitcoin, em especial no ano de 2016, que por coincidência, também foi o ano do último halving do Bitcoin. Naquele ano, o preço do Bitcoin começou um forte movimento de alta, até que estourou em 2017.
A última vez em que o número de moedas ativas pela última vez há mais de 1 ano excedeu 60% foi no início de 2016, pouco antes do preço começar a aumentar cada vez mais rapidamente, levando a corrida de touros a U$ 20 mil.
Finalmente, a glassnode apontou que este comportamento pode ser muito importante para o Bitcoin no longo prazo, mesmo com quedas de curto prazo. O estudo fechou o raciocínio concluindo que esse “comportamento claro de hodling é macro de alta para o bitcoin, apoiando a narrativa de que o BTC é uma reserva de valor“.