Muitos brasileiros acreditam que ao carregar o real por aí não fazem “investimentos”. A realidade não seria bem essa, e um analista acredita que os investidores brasileiros devem observar o Bitcoin, ouro e dólar como alternativas.
O Real é de fato uma moeda fiduciária, emitida pelo Banco Central do Brasil. Ao emitir a moeda, o governo pede que os brasileiros confiem nessa divisa. Na economia brasileira, entretanto, todos são obrigados a aceitar o Real (BRL), que é uma moeda de curso forçado.
Apesar dessa obrigação em aceitar a moeda para transações, o governo não consegue obrigar os brasileiros a guardar apenas essa moeda. Isso porque, passando por problemas cambiais e inflacionários, a divisa é vista com desconfiança por analistas. Dessa forma, investir em mais moedas provavelmente será uma realidade aos brasileiros.
Com Real sob olhares cautelosos, investidores devem observar até o Bitcoin como alternativa, aponta analista
O Brasil é o principal país da América do Sul e uma das economias mais ricas da região. Contudo, em relação ao mundo, o país ainda é subdesenvolvido e sua moeda não é tão forte assim.
Com a crise de 2020, acirrada pela pandemia do novo coronavírus, o Brasil sentiu uma forte pressão. Assim como em outros países, o governo correu para enviar para a população o auxílio emergencial. Dessa forma, colocou mais moedas no mercado, uma situação atípica e vista com cautela por economistas.
De acordo com Gustavo Cunha, especialista em mercado financeiro e colunista do Infomoney, a emissão de moeda é um problema no mundo. Ele observa que algumas empresas já se expõem ao Bitcoin como reserva de valor, como o caso recente da Microstrategy, empresa dos EUA que aportou milhões na moeda digital.
Contudo, alertou que a exposição total ao Bitcoin como reserva não é nada prudente. O analista apontou que as empresas e pessoas devem sim observar o Bitcoin, ouro e dólar como alternativas.
Com isso, separar uma porcentagem do seu patrimônio para colocar em moedas alternativas é uma estratégia de investimento importante hoje. Tais exposições devem ser casadas com o perfil de consumo de cada pessoa.
Segundo ele, é necessário entender qual moeda favorece a proteção do patrimônio associada aos gastos de cada pessoa. Por exemplo, se consome produtos associados ao dólar, é importante ter uma reserva dessa moeda. Isso também poderia acontecer com ouro, prata e Bitcoin.
Presidente Jair Bolsonaro afirmou que pagamento do auxílio emergencial pressionou inflação, preço nos supermercados já preocupa brasileiros
Com mais dinheiro no mercado, a inflação tem aumentado, principalmente na cesta básica. A realidade foi confessada pelo presidente Jair Bolsonaro, em declaração na última semana. Nos últimos dias, o presidente do Brasil pediu patriotismo aos donos de supermercados, para que não aumentem o valor dos produtos.
Para o economista austríaco Fernando Ulrich, a culpa da inflação é do governo, não dos empresários. Para ele, o governo brasileiro é que tem que propor soluções para sair da crise atual. De fato, o preço dos alimentos já é uma preocupação real dos brasileiros, que sentem na pele a inflação no setor.
De qualquer forma, com a crise em vista e a alta inflação sendo uma preocupação, o Real se torna uma moeda perigosa. Para aqueles que possuem apenas essa moeda, o risco é ainda maior com a depreciação cambial, que levam a outros problemas.
As commodities tem se valorizado e, com a moeda brasileira barata, é mais vantajoso exportar do que atender ao mercado interno. O arroz, soja, carne, entre outros, são alguns dos itens que mais aumentam no ano.
De acordo com Gustavo Cunha, a questão mais importante sobre o Real hoje é em relação ao percentual que ele ocupa no bolso dos brasileiros. Dessa forma, o analista apontou que “diversificar a moeda é uma necessidade“. O Bitcoin então, que é considerado uma reserva de valor, pode ganhar força no Brasil.