No Brasil a declaração de criptomoedas à Receita Federal é obrigatória desde 2019, com o lançamento da Instrução Normativa RFB n.º 1.888, e só no início de 2021 os investidores de Bitcoin no Brasil declararam mais de R$ 30 milhões em operações com criptomoedas.
Atualmente existem três tipos de declarações que devem ser prestadas pelos contribuintes em relação as criptomoedas:
- Informações entregues pelas empresas exchanges brasileiras;
- Informações entregues por Pessoas Jurídicas – PJ e Pessoas Físicas – PF que utilizem de exchanges estrangeiras;
- Informações entregues por Pessoas Jurídicas – PJ e Pessoas Físicas – PF que transacionem entre si sem a intermediação de qualquer empresa exchange.
O contribuinte apresenta o arquivo com as informações usando a funcionalidade Coleta Nacional, disponível no e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte), de acordo com os leiautes nos manuais disponíveis no site da receita.
Os dados foram revelados pela Receita no último final de semana. O consolidado dos investimentos apontam ainda outras criptomoedas em que os brasileiros realizaram aportes.
Desde 2020, o preço do Bitcoin já registrou uma valorização de 400%, atraindo novos investidores ao mercado.
No mês de janeiro de 2021, os brasileiros movimentaram R$ 15.323 milhões em criptomoedas, o valor foi, na maior parte, declarado após o uso em corretoras de criptomoedas que operam no país.
Janeiro e fevereiro de 2021
As três criptomoedas preferidas dos brasileiros foram o Bitcoin, Tether e Ethereum. Somadas, as criptomoedas foram responsáveis por mais de R$ 10 milhões do volume, sendo o Bitcoin o mais buscado, com R$ 7.963 milhões declarados.
Já no mês de fevereiro, com volume de R$ 15.939 milhões, o uso das corretoras foi ainda maior. Naquele mês, R$ 13.285 milhões foram negociados em corretoras e declarados por brasileiros.
Assim como em janeiro, as três principais criptomoedas dos brasileiros foram as mesmas, com volume próximo ao primeiro mês. Desse modo, a Receita divulgou que pelo menos R$ 31.262 milhões em criptomoedas foram negociadas no país nos dois primeiros meses.
Mais homens compraram criptomoedas que mulheres, e quantidade de novos CPFs únicos subiu exponencialmente
Os dados da Receita Federal sobre Bitcoin também analisaram o perfil de gênero dos investidores. De acordo com a Receita, tanto em janeiro quanto em fevereiro, os homens foram os principais negociantes de criptomoedas, com 89% e 88% das transações, respectivamente.
No entanto, chamou atenção para a enorme quantidade de CPFs únicos cadastrados no meses de janeiro e fevereiro. Isso porque, os períodos foram os primeiros a registrarem mais de 300 mil CPFs a negociar criptomoedas em apenas um mês.
No mês de janeiro, por exemplo, foram 351.558 registros únicos, com fevereiro registrando novo recorde com 421.133 novos negociantes.
A quantidade de CNPJs a negociar criptomoedas na bolsa também superou a marca de 4 mil registros únicos, mas não conseguiu superar o recorde de dezembro de 2020, que foi de 4.440.
Os dados abertos sobre criptomoedas foram disponibilizados publicamente pela Receita Federal. Com eles, é possível que o começo de ano no Brasil foi promissor, acompanhando a alta no valor da moeda naqueles meses.
Criptomoeda estável preferida no Brasil é a BRLT, de acordo com dados da Receita
O Livecoins também buscou entender, de acordo com os dados disponibilizados pela Receita Federal, quais eram as criptomoedas estáveis (stablecoins) preferidas dos brasileiros.
Assim, a principal criptomoeda pareada com o real hoje seria a BRLT. Desde 2019, quando a RFB começou a reunir informações de declarações, até 2021, já foram declarados R$ 3 milhões em uso BRLT Money.
Outra criptomoeda estável que é muito negociada por brasileiros é a BRZ, também lastreada em Real. Com R$ 2.558.089,55 declarados à Receita Federal, essa é a segunda stablecoin mais utilizada no Brasil.
Na terceira posição, os brasileiros declararam R$ 36.032,71 em uso da CBRL e, por fim, a BRZX ocupou a quarta colocação com R$ 2.175,98 declarados, sendo essas às quatro principais criptomoedas lastreadas em Real, segundo dados públicos da RFB.
Em relação às stablecoins internacionais, lastreadas em Dólar, as principais foram a USDT, USDC e TUSD, com volume de R$ 1.266.168,31, R$ 437.652,07 e R$ 15.373,26 respectivamente.