O ex-presidente do banco central da China fez um alerta sobre as finanças descentralizadas (DeFi) e sobre as criptomoedas. De acordo com o site East Money, Li Lihui, que atuou como presidente do Banco da China em 2004, afirmou que “as finanças descentralizadas representam um desafio para o modelo tradicional de finanças”.
Ele acrescentou que “DeFi desafia o modelo financeiro centralizado tradicional” e está mais dissociado da atual visão de supervisão financeira, o que deve receber “elevada atenção e vigilância.”
Li Lihui é membro do Partido Comunista Chinês desde 1975 e tem muita influência em Pequim, onde atualmente dirige a unidade de pesquisa de blockchain na influente China Internet Finance Association.
Falando em um fórum de tecnologia recente, ele explicou que, quando se trata de DeFi, “deve-se prestar atenção até que ponto ela substituirá as finanças tradicionais”.
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Ele também admitiu que, “falando globalmente”, DeFi se tornará um “assunto quente” para os reguladores financeiros no futuro.
Ele não descartou a possibilidade de se tentar aproveitar os benefícios do setor, dizendo:
“DeFi também pode se tornar uma área de crescimento para a competição financeira internacional no futuro. Devemos nos dedicar a estabelecer uma vantagem financeira digital global.”
China quer ter vantagem global
O agora executivo da China Internet Finance Association acrescentou que DeFi agora está mostrando “sinais de expansão e globalização”, com o setor financeiro chinês “ainda sem responder ativamente ao desafio”.
Ele sugeriu que uma abordagem em três frentes poderia ajudar a China a se tornar potência no setor.
- Transformar o yuan digital na “melhor moeda digital do banco central (CBDC) do mundo”. Li disse que esta medida seria “propícia para manter a segurança financeira da China na era da economia digital e salvaguardaria a soberania monetária da China como uma” resposta ao impacto das poderosas moedas digitais [não chinesas] e “o impacto das criptomoedas no sistema monetário existente e sistema financeiro.”
- Mais regulamentação, na forma de “construção” de uma “barreira de segurança para finanças digitais” na China.
- Inovação regulatória, especialmente na frente técnica – como parte de uma proposta para “reduzir os custos regulatórios”.
De acordo com Li Lihui, a China é o único país do mundo que estabeleceu uma estrutura clara e abrangente para auma moeda digital de banco central (CBDC).
Sobre essa estrutura, ele explicou que o Banco Popular da China vai adotar uma abordagem de conta fracamente acoplada ao distribuir o yuan digital. Isso significa que a emissão do yuan digital será conectada às carteiras digitais dos cidadãos chineses.
Em outras palavras, o banco central será capaz de realizar transferências de valor ponta a ponta de contas bancárias e reduzir a dependência de intermediários financeiros nas transações que envolvem o yuan digital.
Como a moeda ainda está sendo testada e ainda não foi lançada, sua gama completa de características e recursos ainda não é conhecida publicamente. Mas com base em seus testes até agora, os usuários devem saber que ao contrário do dinheiro fiduciário, o governo pode definir uma data de validade para o yuan digital e fazer seu valor desaparecer repentinamente.