Durante o mês da Popularização do Conhecimento Financeiro, a China voltou a criticar o Bitcoin e as criptomoedas, dizendo que elas não têm nenhum valor real.
A fala é de Yin Youping, vice-diretor do Gabinete de Proteção dos Direitos do Consumidor Financeiro do Banco Central da China, durante uma coletiva de imprensa.
O vice-diretor foi além, relatando que o BC irá monitorar exchanges estrangeiras e a própria população, em conjunto com outros órgãos do governo.
Youping disse para os cidadãos que o Bitcoin e outras criptomoedas não têm curso legal na CHina e que “não têm valor real”, enquanto ele reitera a posição anti-criptomoedas da China.
Bloqueio de corretoras estrangeiras
Agora o plano chinês consiste em bloquear e reprimir sites de negociação (exchanges em geral), aplicativos e canais corporativos. A justificativa do governo é que ele estaria protegendo a população pois as transações com moedas virtuais são puramente especulação de investimento.
Em seu Relatório de Estabilidade Financeira de 2021, o PBoC disse que está reprimindo uma série de setores que causaram preocupação, mas agora resolveu a maioria dos problemas que perseguia.
“A batalha para prevenir e resolver os principais riscos financeiros alcançou resultados em fases importantes”, diz o relatório, publicado em chinês. O relatório então listou as áreas específicas em que o banco central estava investigando, declarando: “Gestão de ativos online, financiamento coletivo de ações, seguro na Internet, comércio de moeda virtual, comércio de câmbio estrangeiro na Internet e campos basicamente concluíram o trabalho de retificação e foi transferido para supervisão normalizada.”
O Bitcoin e a China, uma história de amor e ódio
A história entre a China e o Bitcoin é de longa data, além do próprio contraste entre o regime do governo e liberdade da moeda, outro fator que fez o Bitcoin se popularizar por lá foi o avanço tecnológico e mão de obra barata, boa parte dos equipamentos de mineração de Bitcoin são produzidos no país.
Em 2013, o Banco Central proibiu que bancos realizassem transações envolvendo compra e venda de Bitcoin. O motivo alegado é o mesmo de hoje, de que o Bitcoin não foi criado por uma nação ou autoridade central.
Em 2017, o governo chinês novamente atacou o setor das criptomoedas, desta vez fechando exchanges locais. O discurso era de que as criptomoedas estavam sendo usadas para lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e outras atividades ilegais.
Em 2021, a China caiu em cima dos mineradores, tornando esta atividade ilegal no país. Tal atitude fez com que muitos precisassem empacotar seus equipamentos e buscar outro local para poder trabalhar.
A semelhança entre estes três banimentos é que o Bitcoin estava em um momento de bull run em todos eles. Em 2013, o preço do BTC subia 10 vezes, de 120 dólares para 1.150 em poucos meses. Em 2017, o preço atingia um novo topo histórico, e agora em 2021 a história se repete: Bitcoin chega a marca de 65.000 dólares.
Todas estas altas foram suprimidas, de um jeito ou de outro, pelos banimentos chinês ao Bitcoin. O comportamento do governo parece querer atrapalhar a vida do cidadão a qualquer custo: O bitcoin está caindo? deixe o sujeito perder dinheiro. Bitcoin está subindo? vamos proibir o cidadão de ganhar negociar pois ele está ganhando dinheiro.